Israel apresenta o que afirma ser novas provas sobre a falha de foguete palestino que atingiu hospital

Foi divulgada uma conversa que Israel afirma ter interceptado entre dois oficiais do Hamas, comprovando, segundo o governo do país, que o foguete partiu de Gaza e caiu no próprio enclave palestino, após apresentar falhas. O presidente dos EUA, Joe Biden, está em Israel e também atribuiu o ataque “ao outro lado”, e não a Israel

Trecho de conversa interceptada entre dois oficiais do Hamas, divulgado pelos militares israelenses, revela que o lançamento dos foguetes teria sido realizado a partir de um cemitério que fica próximo ao hospital em Gaza, e que houve de fato uma falha. (Israel Foreign Ministry via X). A versão traduzida para o português pode ser assistida na página da Embaixada de Israel no Brasil no X.

As Forças de Defesa de Israel (IDF) apresentaram mais provas nesta manhã de quarta-feira (18), apoiando a sua afirmação de que o ataque a um hospital de Gaza na noite anterior foi causado por um foguete de terroristas da Jihad Islâmica Palestina cujo lançamento foi fracassado, e não por um ataque aéreo israelense. Além disso, novas imagens revelaram que a explosão teria ocorrido no estacionamento do hospital, sem causar danos estruturais significativos aos edifícios próximos.

A explosão aconteceu às 18h59 de terça-feira (horário de Israel), pouco depois de alarmes de foguetes soarem no sul e centro de Israel. Em comunicado emitido nesta manhã, o porta-voz das IDF, o contra-almirante Daniel Hagari, acusou o Hamas de enganar propositalmente os meios de comunicação internacionais ao culpar Israel pelo incidente, dizendo que o grupo terrorista “entendeu com absoluta certeza que foi um foguete disparado pela Jihad Islâmica que danificou o hospital”.

Uma das provas apresentadas pelos militares israelenses foi uma conversa interceptada entre dois integrantes do Hamas, publicada posteriormente na conta oficial do Ministério de Relações Exteriores de Israel no X (antigo Twitter). Esses dois oficiais revelam que a falha aconteceu, e que os mísseis foram lançados a partir de um cemitério que fica atrás do hospital atingido, em Gaza.

Outra prova foi divulgada nesta manhã pelo Channel 12, canal de TV israelense: um vídeo que mostra que o míssil teria saído de fato da Faixa de Gaza. As imagens foram republicadas pelo ex-primeiro-ministro de Israel Naftali Bennett em sua conta do X.

As IDF acusaram os meios de comunicação globais de aceitarem as “mentiras” do Hamas sobre o incidente. “De acordo com a nossa inteligência, o Hamas verificou os relatórios, compreendeu que se tratava de um foguete da Jihad Islâmica que falhou e decidiu lançar uma campanha global nos meios de comunicação para esconder o que realmente aconteceu”, acusou o contra-almirante israelense. “Eles chegaram ao ponto de inflar o número de vítimas”.

O presidente estadunidense Joe Biden desembarcou em Israel nesta manhã de quarta e, em conversa com o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, comentou sobre o caso da explosão no hospital.

“Fiquei profundamente triste e indignado com a explosão ontem no hospital em Gaza”, disse Biden a Netanyahu. “Com base no que vi, parece que foi feito pela outra equipe, e não por você”. O presidente dos EUA também acrescentou que “há muitas pessoas por aí que não têm certeza, então temos que superar muitas coisas” e ressaltou a necessidade de uma investigação.

“O Hamas usou da tragédia no hospital para disseminar uma desinformação que culpabilizasse Israel, e o que mais me surpreende é a mídia endossar de pronto as declarações de um grupo terrorista, depois de um dos maiores atentados feitos contra civis. Precisamos estar sempre alertas, porque informações, mesmo não comprovadas, podem insuflar mais violências, como vimos ontem o que ocorreu em diversos locais ao redor do mundo”, ressalta o cientista político André Lajst, presidente executivo da StandWithUs Brasil. “Israel jamais teria hospitais como alvo, e faz de tudo para proteger civis e evitar danos às pessoas não envolvidas, mas os grupos terroristas operam conscientemente usando a população civil, seja usando-a como escudo humano, ou como oportunidade de manipular a opinião pública e da mídia internacional”.


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