Estudo mostra que um terço dos parques nacionais tem programa de voluntariado
Instituto Semeia diagnosticou que 31% dos parques apresentam algum tipo de programa de voluntariado
Indivíduos que trabalham voluntariamente de maneira não remunerada e espontânea tem em mãos poder de impactar no bem-estar da comunidade, além de exercitar a cidadania. Os trabalhos voluntários abrangem diferentes setores, por exemplo assistência social, educação, saúde e meio ambiente.
Na esfera da natureza, esse trabalho pode envolver ações para conservar o meio ambiente, como limpeza de parques, reflorestamento, atividades de educação ambiental e participação em projetos de monitoramento da biodiversidade. Uma boa oportunidade para quem quer atuar como voluntário são as atividades em parques naturais.
De acordo com um estudo recente do Instituto Semeia, a 6ª edição do “Diagnóstico do Uso Público em Parques Brasileiros: A Perspectiva da Gestão”, cerca de um terço dos parques apresentam algum tipo de programa de voluntariado (31%), sendo que, 12% mantêm um programa em funcionamento durante todo o ano. Em 3%, essas atividades ocorrem por mais de seis meses ao longo do ano, enquanto 16% possuem um programa que se estende por seis meses ou menos anualmente.
A esfera federal se destaca com uma maior proporção de parques com esse tipo de programa; são 57% das unidades com atividades de voluntariado. Nos parques estaduais, a proporção é de cerca de 30% e nos municipais, de 15%.
A coordenadora de conhecimento do Instituto Semeia, Mariana Haddad, ressalta a importância da iniciativa no reconhecimento e na valorização das áreas naturais. “O voluntariado apresenta uma série de benefícios tanto para os envolvidos quanto para a sociedade em geral. Maior conexão com a natureza, aumento do bem-estar mental e físico, além do fortalecimento e melhoria dos espaços públicos para a comunidade. Essa iniciativa desempenha um papel significativo ao engajar pessoas e permitir que elas mergulhem na rotina, nas necessidades e nos desafios desses espaços”.
Mariana ainda destaca o potencial de expansão desse programa nos parques: “Além de ser um meio de estabelecer uma maior conexão das pessoas com o meio ambiente, as práticas voluntárias ajudam a capacitar e conscientizar cidadãos a respeito de questões ambientais. Todos podem participar de um trabalho voluntário, para isso basta encontrar uma causa que tenha interesse e que corresponda com as suas habilidades”.
Nas Unidades de Conservação federais, o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) administra um programa de voluntariado que também abarca oportunidades para atuação em centros de pesquisa e outras unidades organizacionais do instituto.
As vagas contam com oportunidades em modo presencial e /ou à distância, em áreas que vão desde atividades comuns como administração, comunicação, educação ambiental e gestão participativa, ao manejo de plantios florestais de espécies exóticas e nativas e viveiros de mudas; pesquisa, monitoramento e gestão da informação; produção de uso sustentável e proteção ambiental.
O site do ICMBio conta com uma lista de unidades e das atividades que podem ser feitas voluntariamente. Veja se você tem interesse em alguma delas: https://sejaumvoluntarioicmbio.nectosystems.com.br/voluntariado/chamadas/publico/?page=1&area_tematica=&situacao=2&inscricao_fim=&q=&paginate_by=20&bioma_uc=&inscricao_inicio=&uf=
Sobre o Instituto Semeia
Criado em 2011, o Instituto Semeia é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos. Com sede em São Paulo (SP), trabalha para transformar áreas protegidas em motivo de orgulho para brasileiras e brasileiros. Atua nacionalmente no desenvolvimento de modelos de gestão e projetos que unam governos, sociedade civil e iniciativa privada na conservação ambiental, histórica e arquitetônica de parques públicos e na sua transformação em espaços produtivos, geradores de emprego, renda, e oportunidades para as comunidades do entorno, sem perder de vista sua função de provedores de lazer, bem-estar e qualidade de vida. São pilares de sua atuação: a geração e sistematização de conhecimento sobre a gestão de unidades de conservação; o compartilhamento de informações por meio de publicações e eventos; a implementação e o acompanhamento de projetos com governos de todos os níveis, como forma de testar e consolidar modelos eficientes e que possam ser replicados no país.