Sobre a diferença salarial no futebol

Por João Luiz Mauad

Quem paga o salário dos jogadores e jogadoras de futebol não são os clubes. São os torcedores que frequentam os estádios, os telespectadores que pagam assinaturas de TV, os consumidores que consomem produtos dos patrocinadores que estampam seus nomes nas camisetas ou nos anúncios de TV a cada jogo.

Se os salários de Marta e Neymar são tão diferentes, certamente não é porque os dirigentes de seus clubes são machistas, misóginos ou preconceituosos. É simplesmente porque o distinto público consome muito mais futebol masculino do que o feminino.

De modo inverso, as melhores modelos de moda são muito mais bem pagas do que os modelos mais requisitados, pelo simples motivo de que a moda feminina dá muito mais retorno que a masculina. Por que isso ocorre? Porque sua excelência, o consumidor, assim decidiu, ainda que inconscientemente.

Precisamos de menos vitimismo e mais lógica no trato de quaisquer questões. Afinal, a realidade econômica, a produtividade e o retorno financeiro, que comandam o valor dos salários pagos aos trabalhadores, não são opcionais e mandarão à falência qualquer gestor que tente ignorá-la.

João Luiz Mauad é colunista do Instituto Liberal, administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal.


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