Brasil mantém embalo e conquista mais um ouro e uma prata na madrugada de quinta-feira, 13, no Mundial de atletismo paralímpico
Sul-mato-grossensse Yeltsin Jacques venceu a prova dos 1.500m da classe T11 (deficiência visual) e ganhou sua segunda medalha na competição em Paris, na França; baiana Raissa Machado ficou em segundo lugar no lançamento de dardo F56 (que competem sentados), além de outros brasileiros também avançarem às finais dos 400m
Doze horas após conquistar 10 medalhas em um único dia, o Brasil manteve o embalo e conquistou duas medalhas, sendo um ouro e uma prata, no começo desta quinta-feira (madrugada no Brasil), 13, no Mundial de atletismo paralímpico, em Paris, na França. O sul-mato-grossensse Yeltsin Jacques foi o campeão da prova dos 1.500m da classe T11 (deficiência visual), repetindo o seu feito nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, quando venceu a mesma disputa. Já a baiana Raissa Machado ficou no segundo lugar no lançamento de dardo da classe F56 (que competem sentados) e também assegurou mais um pódio ao Brasil.
Com isso, o país continua na vice-liderança do quadro geral de medalhas da competição, com 22 pódios no total, sendo oito ouros, seis pratas e oito bronzes. Os brasileiros estão somente atrás da China, com 24 no total – 11 ouros, sete pratas e seis bronzes.
O Brasil está representado por 54 atletas de 19 Estados e 11 atletas-guia na competição. O Mundial de atletismo de Paris é o primeiro da modalidade após os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e acontece no Estádio Charlety. O local tem capacidade para 20 mil pessoas e pertence ao clube de futebol Paris FC, da segunda divisão francesa.
A primeira medalha de ouro do Brasil no dia aconteceu na prova dos 1.500m da classe T11 (atletas com deficiência visual). O sul-mato-grossense, que havia conquistado o bronze nos 5.000m, chegou no primeiro lugar nos 1.500m e ainda bateu o recorde da competição, com 4min03s83.
A prata ficou com o japonês Kenya Karasawa, com 4min08s26, e o bronze, com o polonês Aleksander Kossa Kowski, que finalizou em 4min08s34.
“Muito feliz com o resultado. Sensação de missão cumprida. Não estava muito em ritmo de competição, mas conseguimos fazer um bom trabalho junto com toda a nossa equipe multidisciplinar. A rivalidade com o japonês [Kenya Karasawa] é muito boa dentro da pista, porque somos amigos fora dela. Eu fiquei na frente o tempo todo, mas sabia que ele iria vir atrás. Mas meu biotipo e minha genética me ajudam bastante, consigo ser rápido na chegada. Eu sabia que se chegasse nos últimos 500 metros na frente, dificilmente perderia. Agora é ajustar os detalhes para os próximos desafios. No ano que vem, teremos dois ouros aqui em Paris se Deus quiser”, afirmou o atleta que nasceu com baixa visão.
Outro brasileiro envolvido nessa final, o paulista Júlio César Agripino não completou a prova porque a guia (tipo de cordão que une o atleta e o atleta-guia) quebrou logo após a largada.
Já a baiana Raissa Machado conquistou a medalha de prata no lançamento de dardo da classe F56 (que competem sentados). A atleta, que nasceu com má-formação nas pernas, atingiu a marca de 23,05m e ficou atrás apenas dos 25,81m de Diana Krumina, da Letônia. A iraniana Hashemiyeh Motaghian levou o bronze, com 22,95m.
Essa foi a terceira medalha de Raissa em Mundiais. Já havia conquistado anteriormente o bronze no lançamento de dardo em Dubai 2019 e prata na mesma prova em Doha 2015.
“O meu objetivo foi cumprido, que era subir no pódio independemente da cor da medalha. Obviamente, pensamos no ouro quando participamos de uma competição como essa. Estudei muito as minhas adversárias e fiz o meu melhor. Estou muito feliz”, completou Raissa.
O maranhense Bartolomeu Silva venceu a sua bateria dos 400m T37 (paralisados cerebrais), com 54s48, e se classificou para a final. A prova que valerá medalha acontece às 6h03 (de Brasília) desta sexta-feira, 14.
A paraense Fernanda Yara e a potiguar Maria Clara Augusto também lideraram suas baterias nos 400m da classe T47 (amputados de braço) e avançaram à final da prova, marcada para as 14h20 desta sexta-feira, 14. Maria Clara Augusto se classificou com o tempo de 59s38, enquanto Fernanda fez a distância em 58s29.
Já o catarinense Edenílson Floriani encerrou sua participação na final do lançamento de dardo da classe F64 (com deficiência nos membros inferiores) no sétimo lugar, com 58,63m. O vencedor da prova foi o indiano Sumit Antil, com o recorde mundial de 70,83m.
A mineira Izabela Campos também ficou fora do pódio na final do lançamento de disco da classse F11 (cegas). Lançou 32,02m e acabou na sexta posição. A China conseguiu pódio duplo na prova, com o ouro de Liangmin Zhang (38,57m) e a prata de Enhui Xue (37,74m). O bronze ficou com a italiana Assunta Legnante, com 36,52m.
Mais um brasileiro finalista nesta manhã em Paris, o paulista Bruno Christian saltou 6,65m e ficou na oitava colocação geral do salto em distância T47. O medalhista de ouro foi o cubano Robeil Cervantes, com 7,63m, o norte-americano Roderick Townsend ficou com a prata (7,31m) e o sérvio Nemanja Matijasevic ficou na terceira posição (7,05m).
Confira a programação dos brasileiros na tarde desta quinta-feira, 13, o Mundial de atletismo Paris 2023, com os horários de Brasília:
14h15 – 100m T11 (final)
Jerusa Geber
Lorena Spoladore
Thalita Simplício
15h57 – 400 T47 (round 1)
Lucas Lima
16h07 – 400 T47 (round 1)
José Alexandre