Confederação brasileira investe na estruturação e promoção do Kungfu Wushu no país e faz balanço da gestão

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Sob a gestão de Rafael Uliani desde 2020, a Confederação Brasileira de Kungfu Wushu (CBKW) atua na coordenação dos eventos relacionados à modalidade enquanto aposta em novos talentos para representar o Brasil durante as competições internacionais 

Surgido na China há mais de 4 mil anos atrás, o Kungfu Wushu é uma arte marcial que incorpora diferentes tipos de socos, chutes, quedas e torções, podendo também ser praticado com armas que variam de bastões de madeira a lanças de metais. Além do modelo tradicional, o desporto também apresenta uma série de outras modalidades específicas como o Taolu esportivo, que utiliza das filosofias do Wushu para realizar técnicas coreografadas, o Sanda, que proporciona um combate desarmado entre dois competidores, o Shuaijiao, estilo de luta focado em movimentos de projeção, e o Qigong-saúde, modalidade mais inclusiva que ministra exercícios de respiração.

Conquistando cada vez mais adeptos ao redor do globo, no Brasil, a grande responsabilidade de difundir esta arte milenar se encontra nas mãos da CBKW, a Confederação Brasileira de Kungfu Wushu. Com mais de 31 anos de existência, a entidade criada em 9 de maio de 1992 já é oficialmente reconhecida pelos principais órgãos do ramo esportivo, como a Federação Internacional de Wushu (IWUF), a Federação Pan-americana de Wushu (PAWF), a Federação Internacional de Qigong-saúde (IHQF) e também pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Divulgando, coordenando e auxiliando na realização de eventos, campeonatos e demais atividades ligadas à modalidade em todo o país, a CBKW conta com representantes em 22 Estados brasileiros e é atualmente presidida pelo ex-atleta e campeão internacional de Kungfu Wushu, Rafael Rodrigues Uliani, que assumiu a frente da Confederação em 2020. Os desafios administrativos enfrentados no início da gestão do empresário, entretanto, foram ainda mais severos devido a propagação de um novo vírus altamente transmissível que culminou na transformação permanente de diversos âmbitos da sociedade, influenciando, também, na maneira de se praticar o esporte.

Dificuldades enfrentadas no período pandêmico 

A pandemia do coronavírus (COVID-19) acarretou em impactos jamais vistos na esfera econômica, social e cultural. Neste sentido, devido às diversas restrições sanitárias propagadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em prol do bem estar coletivo, os principais eventos esportivos que englobam o Wushu, como o 13° Campeonato Pan-americano de Wushu, a 31° edição do Campeonato Brasileiro de Kungfu Wushu (principal evento promovido pela CBKW) e os Jogos Olímpicos de Tóquio, tiveram de ser adiados, paralisando completamente o calendário de competições previstos para 2020. Em tempos difíceis, o reinventar se tornou crucial.

Concentrados em promover grandes transformações na Confederação com o intuito de qualificar o desenvolvimento do Wushu no país, garantir ações de estruturação da modalidade e estabelecer uma administração concreta para beneficiar o desempenho de atletas futuros, a diretoria da CBKW deu um importante passo na história da Confederação com a criação de um comitê técnico marcado por um sistema de decisão compartilhada e também com o lançamento do Ranking Nacional de Atletas de Wushu, ferramenta de comunicação que oferece um panorama geral sobre os competidores que pode ser usado como critério para os processos seletivos para a participação de eventos internacionais.

Além disso, o projeto Wushu em Casa manteve os atletas próximos, motivados e amparados ao estabelecer um rede de contatos interativa que contava com dinâmicas virtuais, treinos coletivos via videoconferência, promoção de lives nas rede sociais e um quadro semanal com dicas e orientações para que os competidores pudessem continuar operando durante a pandemia. De acordo com o presidente Rafael Uliani, as ações online foram essenciais para manter o espírito esportivo dos atletas brasileiros aceso.

“As rupturas vivenciadas no ano de 2020 trouxeram oportunidades para a melhora dos fundamentos básicos do Wushu, proporcionando um salto qualitativo entre as temporadas e permitindo também a possibilidade de retorno à condição física ideal para a obtenção do sucesso durante as competições futuras, onde os brasileiros expressaram resultados altamentes satisfatórios em todos as modalidades da competição”, pontua o empresário. A retomada competitiva do Kungfu Wushu, entretanto, só veio a ocorrer no final de 2021 com a realização da 31ª edição do Campeonato Brasileiro.

Volta às atividades

Com o cancelamento de todos os processos seletivos voltados para as competições nacionais e internacionais durante o ano de 2021, a CBKW optou por priorizar os projetos virtuais e a regulamentação das diretrizes administrativas condizentes à liga esportiva. Sendo assim, além das duas edições do Encontro On-line CBKW, que contou com palestras curtas seguidas de atividades práticas segmentadas nas especificidades de cada modalidade da arte marcial, a entidade intensificou os processos de adequação estatutária e investiu no aprimoramento de cursos de formação para árbitros brasileiros certificados com o intuito de melhorar a performance nacional durante os eventos celebrados no país.

Após o ápice duradouro do contexto pandêmico, o dia 8 de dezembro de 2021 foi marcado pela retomada presencial do Kungfu Wushu competitivo com a realização da 31ª edição do Campeonato Brasileiro. Celebrado na cidade de Brasília (DF), a concretização segura do evento só foi possível devido ao rápido avanço da vacinação em território nacional. Assim, sem a presença de público e com um sistema de testagem e credenciamento rigorosos, a realização do campeonato contribuiu não somente para o fortalecimento do esporte, mas também para a sucessão de melhorias e ferramentas tecnológicas indispensáveis que viriam a ser reutilizadas nos eventos seguintes. 

Também a partir de 2021, houve a implementação de um sistema de pontuação totalmente eletrônico, permitindo a obtenção de informações em tempo real, fornecendo mais agilidade na finalização das notas e tornando o ambiente de disputa ainda mais transparente aos atletas. “A transmissão em tempo real permitiu que a competição pudesse ser acompanhada simultaneamente em todo o Brasil, favorecendo a divulgação do esporte perante autoridades, canais de mídia e público em geral”, ressaltou o Presidente da CBKW, Rafael Uliani.

Próximo embate

Com a normalização gradual das atividades presenciais, o ano de 2022 se tornou alvo de grandes expectativas acerca do calendário de competições. Com a volta das atividades presenciais, a CBKW precisou passar por uma readequação para atender a demanda crescente de campeonatos e eventos previstos para acontecer no decorrer do ano. Com isso, o órgão se propôs a dar prosseguimento à retomada das seletivas, à divulgação do calendário atualizado de competições e à atualização das diretrizes associadas aos sistemas de graduação enquanto também fomentavam ações para o desenvolvimento técnico do Wushu no Brasil.

Ainda em 2022, o país foi escolhido para sediar a 13ª edição do Campeonato Pan-americano de Wushu em Brasília (DF), principal competição da modalidade no continente que é realizada a cada dois anos sob a chancela da Federação Pan-americana de Wushu (PAWF). Recebendo mais de 400 participantes de 15 países distintos, o evento contou com o apoio da Secretaria de Esporte e Lazer do Distrito Federal (SELDF) e marcou a retomada dos eventos internacionais pertencentes à modalidade. O ano também foi marcado pelo 3° Campeonato Nordeste de KungFu Wushu, pelo 6º Campeonato Brasileiro Universitário de Wushu e pelo carro chefe da CBKW, o 32° Campeonato Brasileiro de KungFu Wushu que, desta vez, foi celebrado na cidade de Goiânia (GO) e registrou a maior adesão já presenciada na competição nacional, contando com a participação de 570 atletas de 20 Estados distintos.

“A criação do Ranking CBKW, assim como a reestruturação do processo seletivo realizada em 2020, apontaram uma maior valorização do Campeonato Brasileiro pelos atletas, técnicos e público geral. Assim, além de contribuir para elevar o nível da competição nacional, estimulando novas promessas da modalidade e dando continuidade à valorização de um legado inestimável, a grande quantidade de atletas que têm integrado a Seleção Brasileira de Wushu nos últimos anos revela que toda a administração da CBKW está caminhando em direção a um próspero futuro no que tange à propagação do esporte no Brasil”, enfatiza o Presidente Rafael Uliani. 

Agora, em meados de 2023, todas as expectativas se voltam para a realização do 33° Campeonato Brasileiro de KungFu Wushu, previsto para acontecer entre os dias 6 e 10 de setembro na cidade de Bombinhas (SC). Proporcionando tantas possibilidades quanto oportunidades, o evento chega com a premissa de reiterar a responsabilidade de seus organizadores em promover e preservar um patrimônio milenar que tem muito a ensinar a todos os seus praticantes e adeptos.


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