Com risco de taxação, importações de produtos da Shein, Shopee e outras plataformas recuam 20% e despencam US$ 177 mi

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Levantamento realizado pela Vixtra indica queda recorde na compra desses produtos; riscos de cobranças de imposto é um dos possíveis motivos

Em meio às discussões sobre uma possível taxação, as importações de produtos de pequeno valor, categoria que inclui produtos comprados em plataformas de comércio eletrônico como Shein e Shopee, sofreram um recuo significativo de 20% em abril em relação ao mesmo período do ano anterior, marcando o primeiro recuo desse tipo de compra desde janeiro deste ano, em que a queda ocorreu devido a questões de sazonalidade. Os dados foram levantados pela Vixtra, fintech de comércio exterior, com base nos dados do Banco Central, e revelam, ainda, uma queda de 25% em relação a março.

Os motivos para esse recuo histórico nas importações são diversos. Entretanto, uma das principais razões pode ser atribuída a intensa discussão durante o mês de abril sobre a possível taxação pelo governo brasileiro dessas compras, o que gerou incertezas e levou muitos consumidores a adiarem ou mesmo desistirem de comprar. A possibilidade de aumento de impostos impacta diretamente no preço final do produto, tornando-o menos atrativo.

Leonardo Baltieri, co-CEO da Vixtra, comenta: “A intensa discussão em torno da taxação dessas importações trouxe instabilidade ao ambiente de negócios, levando a uma desaceleração nas compras realizadas nessas plataformas. Em resumo, é provável que os consumidores tenham ficado receosos quanto aos possíveis custos adicionais que poderiam ser aplicados sobre essas transações”, explica.

Baltieri ressalta ainda que essa desaceleração prejudica não só o público, mas até mesmo empresas brasileiras. “Embora um dos maiores prejudicados seja o público e as plataformas, há outros agentes que também podem ser impactados, ainda que em menor proporção. É o caso do setor de logística e transportes que também pode ser afetado negativamente, uma vez que a demanda por entregas desses produtos diminui”, acrescenta.

Após intensas discussões, o governo voltou atrás na decisão de taxar essas transações. Em contrapartida, empresas como a Shein, anunciaram investimentos em fábricas no Brasil para a produção de seus produtos. Para Baltieri, o debate sobre uma possível tributação precisa ser realizado com cuidado e diálogo, uma vez que “são muitos os interesses a serem contemplados nestas discussões”, afirma.

“Há uma preocupação legítima da indústria nacional quanto à tributação e impostos sobre essas transações. Por isso, é fundamental que o governo e os órgãos reguladores promovam um diálogo mais transparente entre todas as partes envolvidas, não só para evitar incertezas, mas também para proteger os interesses dos consumidores, garantindo uma concorrência saudável e a oferta de produtos de qualidade a preços acessíveis”, diz ele.


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