Brasil se despede do Parapan de Jovens de Bogotá com 52 medalhas após ouros no vôlei sentado e na bocha

Cerimônia de Encerramento dos Jogos Parapanamericanos de Jovens Bogotá 2023. Parque Recreodeportivo El Salitre, Bogotá, Colômbia. Foto: Marcello Zambrana/CPB

Último dia de disputas na capital colombiana ainda reservou uma medalha de bronze na bocha; Brasil foi campeão em nove das 10 modalidades em que participou

O Brasil conquistou três medalhas douradas na segunda-feira, 12, último dia do Parapan de Jovens de Bogotá 2023. Foram dois ouros com as Seleções masculina e feminina de vôlei sentado e mais um na bocha, com a dupla mista da classe BC4 (atletas que não recebem assistências) formada pela paraibana Laissa Guerreira e pelo maranhense André Martins. Ainda na modalidade, o par misto BC3 (atletas que utilizam instrumento auxiliar), composto pela potiguar Jéssika da Silva e pelo acreano Ricardo Campos, ficou com o bronze.

A delegação brasileira foi representada por 96 atletas de 19 estados e o DF em 10 modalidades, entre os dias 3 e 12 de junho: basquete em cadeira de rodas, bocha, futebol de cegos, futebol de paralisados cerebrais, goalball, halterofilismo, judô, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas e vôlei sentado. Não houve representantes no atletismo e na natação. A competição reuniu 20 países na capital colombiana.

O Brasil terminou o evento com 52 medalhas (30 ouros, 13 pratas e nove bronzes) e foi campeão em nove das 10 modalidades em que participou – a exceção foi a Seleção de futebol PC, medalhista de prata, e no basquete em cadeira de rodas houve um empate com a Argentina. Cada nação ficou com um ouro e uma prata. Na capital colombiana, o Brasil conquistou sua 500ª medalha na história do evento e chegou a 534 pódios nas quatro edições em que competiu.

Presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), Mizael Conrado afirmou que a participação do Brasil nos Jogos Parapan-Americanos de Jovens foi mais uma etapa bem concluída do planejamento estratégico da entidade. “Mais uma vez, nossos atletas nos orgulharam e mostramos que somos o país de todas as modalidades. Gostaria de cumprimentar e agradecer também a todos os técnicos, à equipe multidisciplinar e, especialmente, aos presidentes de confederações que fizeram parte dessas conquistas. Esse é apenas o início da vida esportiva desses jovens. Seremos ainda mais fortes no esporte paralímpico nos próximos anos”, disse Mizael, que também é bicampeão paralímpico no futebol de cegos (Atenas 2004 e Pequim 2008).

Ainda no quadro de medalhas dos 10 esportes em que o Brasil esteve presente, a Argentina terminou na segunda colocação, com 33 pódios (oito ouros, 13 pratas e 12 bronzes), seguida pela Colômbia, que obteve 31 conquistas (oito ouros, 13 pratas e 10 bronzes). No ranking geral, considerando também natação e atletismo, a delegação brasileira ficou na quarta posição, atrás de Colômbia (52 ouros), Argentina (36) e México (33).

Vice-presidente do CPB, Yohansson Nascimento acompanhou a delegação na Colômbia e ressaltou o trabalho de renovação no Movimento Paralímpico brasileiro. “Nossos projetos de Desenvolvimento Esportivo, liderados pelo diretor Ramon Pereira, têm dado frutos. Alunos da Escola Paralímpica de Esportes, por exemplo, saíram com medalhas de Bogotá. Isso mostra a força do paradesporto nacional, da nossa renovação e que estamos no caminho certo”, analisou.

No último dia do Parapan de Jovens, o vôlei sentado fez dobradinha no Coliseu El Salitre. A Seleção masculina disputou a final contra a Venezuela e saiu vitoriosa com um placar de 3 sets a 0 (25/10, 25/14 e 25/16). “O ouro representa todos os treinos feitos nos últimos meses. Durante a competição, Conseguimos colocar tudo em prática o que treinamos. Também é um prêmio a todos que nos ajudaram nessa jornada”, afirmou o paulista Lucas Harada, 21, que nasceu com má-formação na mão direita. Ele foi eleito o melhor jogador do Parapan de Jovens.

Na decisão feminina, a Seleção venceu a Argentina, por 3 sets a 0 (parciais 25/15, 25/8 e 25/15), e terminou a competição sem perder nenhum set. “Tem um sabor especial ganhar da Argentina. Por mais que elas sejam nossas amigas fora de quadra, no jogo, cada uma quer defender o país e sabemos que é uma rivalidade histórica”, afirmou a paulista Yasmin Camargo, capitã do Brasil e eleita melhor jogadora de vôlei sentado do torneio. Ela tem má-formação congênita na perna direita.

Diretor de Esporte de Alto Rendimento do CPB e chefe da missão no Parapan de Jovens de Bogotá, Jonas Freire fez uma avaliação positiva da participação brasileira e do evento como um todo. “Estamos extremamente felizes com os resultados, o comprometimento dos atletas, treinadores e toda a equipe multidisciplinar. Foi uma grande competição e deu para notar o desenvolvimento das Américas. No caso do Brasil, tenho certeza de que muitos vão sair daqui e representar o país em Jogos Paralímpicos”, concluiu.

Nos últimos jogos de bocha, no Centro de Alto Rendimento, o Brasil conquistou mais um ouro e um bronze. Nas duplas mistas BC4, a paraibana Laissa Guerreira e o maranhense André Martins derrotaram os argentinos Fermin Diaz e Solange Abigail, no tie-break, após empate por 3 a 3, e subiram ao lugar mais alto do pódio. A dupla Jéssika da Silva e Ricardo Campos, da classe BC3, garantiu a última medalha brasileira em Bogotá. Eles ganharam a disputa pelo terceiro lugar dos colombianos Carolina Duque e Yulian Zamora, também no tie-break, depois de um empate por 3 a 3.

A cerimônia de encerramento dos Jogos Parapan-Americanos de Jovens de Bogotá acontecerá nesta segunda-feira, a partir das 20h (de Brasília), na Unidade Desportiva El Salitre, oportunidade em que o jogador paraense de futebol de cegos Raynã Oliveira será o porta-bandeira brasileiro. O atleta fez três gols na competição, inclusive o do título, na vitória por 1 a 0 sobre a Argentina. 


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