Igreja do século 18 reabre no Rio depois de três anos em obras
Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores é tombada pelo Iphan
Fundada em 1750, a Igreja Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores, no centro do Rio de Janeiro, será reaberta hoje (10), às 18h, em missa solene com celebração do Cardeal Arcebispo Dom Orani Tempesta. As portas da igreja estavam fechadas há três anos para obras. O prédio chegou a ser interditado pela Defesa Civil depois da queda de parte da fachada.
O processo de reforma incluiu a recuperação da fachada, a reconstrução das instalações elétricas e hidráulicas, e o restauro de parte do mobiliário interno. O responsável pelas obras é o empresário Claudio André Castro, nomeado pela Arquidiocese do Rio como comissário administrativo da Irmandade dos Mercadores. A igreja, que tem estilo rococó e barroco, é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Histórico
A Igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores foi projetada em 1747 e construída pela irmandade que reunia comerciantes ricos da cidade. Localizada na tradicional rua do Ouvidor, no centro antigo, ela teve parte do templo inaugurada em 1750. A conclusão de todos os detalhes internos do edifício aconteceu em 1766.
As primeiras reformas que se tem notícia foram feitas entre 1869 e 1873, quando houve uma alteração considerável do edifício, que ganhou aparência neoclássica. Entre as novidades estavam o frontão triangular e a torre sineira, e a abertura de nichos para receber estátuas.
Em 1893, durante a segunda Revolta da Armada, uma bala de canhão atingiu a torre sineira. Parte da estrutura e uma imagem de Nossa Senhora da Fé caíram de uma altura de 25 metros. Não houve danos significativos à imagem, o que na época foi visto como um milagre divino pelos fiéis. A sacristia guarda o projétil e a imagem até hoje.
Uma nova reforma aconteceu em 1997, a partir de um investimento de R$ 854 mil do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O restauro dessa vez incluiu, além da modernização das instalações prediais, a cobertura e a abóbada da capela-mor, as talhas de madeira policromada, as pinturas artísticas em tela, os ornamentos e as policromias originais.