Casal de médico e fisioterapeuta é destaque em atendimento no interior do Paraná
Em 4.890 municípios de até 50 mil habitantes, onde moram 65,8 milhões de pessoas, é possível encontrar apenas 8% dos profissionais da área
Há quase três décadas, o médico cardiologista Faustino Gentilin Filho é referência no atendimento a pacientes do interior do Paraná, no Norte do estado. Agora, a esposa dele, Rose Raposo Gentilin, que se formou recentemente em fisioterapia, está incrementando o rol de serviços ofertados e trazendo à região tratamentos inovadores, inéditos na localidade. Assim, o casal se firma como precursores e destaque no que diz respeito à oferta de serviços e atendimento em saúde, cobrindo boa parte da área que está sob a 18ª Regional de Saúde.
“Desde que me formei, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, sempre quis voltar para o interior. Décadas atrás, a população era ainda mais carente desse tipo de atendimento. E me adaptei muito bem a esse tipo de trabalho”, conta Faustino, que é natural de Altônia, no Noroeste do Paraná e há quase 30 anos mora em São Jerônimo da Serra, de onde sai para atender as cidades da região. Já estiveram ou estão entre seus trabalhos o atendimento em serviços públicos de Saúde em Cornélio Procópio, Assaí, Curiúva, Ventania e até Londrina, além de outros.
Mas, é na Clinicor, consultório que mantém em São Jerônimo da Serra, que estão seus pacientes mais fiéis. Faustino possui máquinas modernas para a realização de exames mais complexos, como ecocardiograma, eletrocardiograma, teste ergométrico, dispositivo portátil Holter 24 horas, realização de risco cirúrgico, possibilitando à população regional um menor deslocamento entre as cidades, já que muitos teriam que ir até Cornélio Procópio ou Londrina para conseguirem realizar exames como esses. “A gente recebe pacientes de diversas cidades das redondezas e é uma alegria e satisfação poder atendê-los com uma qualidade igual à que se encontra em grandes centros como Londrina”, diz.
Agora, quem está trazendo novidades para a clínica é a esposa dele, a fisioterapeuta Rose Raposo Gentilin, que se formou recentemente na Unifil. Além do atendimento a pacientes que necessitam de fisioterapia, ela é instrutora em Pilates, conjunto de exercícios desenvolvido por Joseph Pilates, e no método CoreAlign, criado pelo fisioterapeuta Jonathan Hoffman. “São duas técnicas que, a partir de agora, os pacientes de São Jerônimo da Serra e de cidades vizinhas poderão ter acesso, não precisando mais irem até cidades maiores para realizarem esse tipo de exercícios”, conta Rose.
O CoreAlign, especificamente, é um sistema de dois trilhos com dois carrinhos conectados a uma base vertical através de bandas elásticas. “Esse é um aparelho que simula diversos movimentos realizados no nosso dia a dia e, assim, ajuda a fortalecer nosso corpo, melhorar flexibilidade, coordenação e equilíbrio, contribuindo para uma melhor funcionalidade do corpo. Essa técnica é usada tanto para a prevenção quanto para reabilitação de diversas patologias. Nosso corpo foi feito para se movimentar, mas, há sempre alguém com algum desafio físico para enfrentar e um bom profissional da área pode auxiliar nessa tarefa. Afinal, o movimento cura. Não precisamos viver acostumados com dores que trazem incapacidade física. Existem exercícios fisioterapêuticos capazes de tratar muitas condições de saúde”, ressalta Rose. De acordo com ela, a oferta desses métodos pode, inclusive, incrementar tratamentos cardiológicos tratados pelo marido.
Interiorização da medicina
O Brasil possui médicos suficientes para atender toda a demanda da população, totalizando 546 mil profissionais ativos em 2022. Os dados são da Demografia Médica 2023, lançada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) a partir dos registros dos Conselhos Regionais de Medicina (CRM). Entretanto, os números apontam que, nas 49 cidades com mais de 500 mil habitantes, onde se concentram 32% da população, estão 62% dos médicos brasileiros. Por outro lado, em 4.890 municípios de até 50 mil habitantes, onde moram 65,8 milhões de pessoas, é possível encontrar apenas 8% dos profissionais da área, o que significa cerca de 42 mil médicos.
“A gente observa que existe uma carência de atendimento, de serviços oferecidos, de atenção profissional. Então, quando a gente faz esse movimento de vir para o interior, passa a ser uma boa referência para a população das localidades”, afirma Faustino. Para Rose, essa realidade se mostra mais evidente na fisioterapia. “Enquanto muitos médicos vieram para o interior já há alguns anos, esse movimento da fisioterapia é recente ou ainda não aconteceu. Então, a demanda de pacientes é alta já que muitos buscavam esse tipo de atendimento apenas quando era recomendação médica. Agora, é possível fazer exercícios para manter e melhorar a capacidade física, principalmente em idosos ou para prevenção”, ressalta a fisioterapeuta.