A importância das olimpíadas de conhecimento no incentivo à ciência
Especialista da Escola Vereda comenta sobre a valorização da ciência em nosso país e sobre como as Olimpíadas do Conhecimento são essenciais e ajudam nesse sentido
Realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação (MCTI), a Olimpíada Nacional de Ciências (ONC) é um evento acadêmico e interdisciplinar organizado pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Trata-se de uma oportunidade para que os jovens talentos possam mostrar suas habilidades e talentos em áreas científicas e ter destaque no cenário acadêmico nacional.
De acordo com o Regulamento da Olimpíada Nacional de Ciências (ONC), qualquer estudante matriculado em uma instituição do ensino no país pode participar, desde que esteja cursando o Ensino Fundamental II (6º, 7º, 8º ou 9º anos) e Ensino Médio (1ª, 2ª ou 3ª séries), sendo separados em categorias desde o Nível A até o Nível E. O nível A compreende estudantes do 6° e 7° anos do Ensino Fundamental; o nível B contempla os que cursam o 8º e 9º anos do Ensino Fundamental; o nível C é dedicado aos que estão na 1ª série do Ensino Médio; o nível D correspondente a estudantes da 2ª série do Ensino Médio; e o nível E trata dos estudantes da 3ª série do Ensino Médio e da 4ª série do Ensino Técnico.
Por meio dessa Olimpíada, os estudantes têm a chance de se envolver em experimentos práticos, trabalhos de pesquisa e análises críticas de problemas científicos, o que os ajuda a desenvolver as habilidades de pensamento crítico, de resolução de problemas e de trabalho em equipe, aspectos essenciais para o sucesso em qualquer carreira científica.
As olimpíadas e a Ciência no cotidiano da escola
Por se tratar de um evento científico interdisciplinar, a Olimpíada Nacional de Ciências conta também com o apoio da Associação Brasileira de Química (ABQ), do Departamento de História da UNICAMP, do Instituto Butantan (IB), da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e da Sociedade Brasileira de Física (SBF) para que seja executada.
Por meio dessas parcerias, a organização garante que cada um dos conteúdos seja abordado de forma eficiente, respeitando as qualificações de cada nível da prova e as especificações de cada área da Ciência. Por conta disso, os alunos têm a possibilidade de testar o seu conhecimento nos respectivos conteúdos englobados pelas provas, podendo, inclusive, alinhar a teoria ensinada em sala de aula com a prática do fazer científico.
Inclusive, a coordenadora do Ensino Fundamental II da Escola Vereda, Daiane Andrade, explica que o fator multidisciplinar da ONC pode ajudar os alunos a entenderem melhor as várias matérias de Ciências como complementares: “Os estudantes têm a ideia de que as disciplinas aparecem divididas como na apostila da escola. Isso vem mudando ao longo do tempo e já temos muitas atividades interdisciplinares em nossa escola, assim, os estudantes conseguem fazer o link entre o que é estudado e utilizar tais conhecimentos para se desenvolver, inclusive, nas olimpíadas”, afirma Daiane.
Além disso, ela afirma que escola busca capacitar seus alunos para as Olimpíadas e outros estudos por meio de diferentes formas de aplicação dos conteúdos, que incluem atividades práticas no laboratório seguidas de estudos aprofundados em sala de aula. Isso tem mostrado resultados positivos, pois os alunos estão mais preparados para as Olimpíadas e demonstram ter realmente aprendido o que foi ensinado em sala de aula.
A Escola Vereda adota uma abordagem que combina métodos de ensino tradicionais e metodologias ativas. Esse modelo educacional visa ajudar os alunos a desenvolverem sua autonomia e alcançarem seus objetivos profissionais e pessoais, as metodologias ativas ajudam a conectar os conteúdos das disciplinas tradicionais com situações da vida real, tornando-os mais relevantes e significativos para os alunos. Essa conexão entre teoria e prática ajuda os alunos a compreenderem melhor os conceitos e a aplicá-los em diferentes contextos.
Valorização da Ciência
A coordenadora também comenta que para facilitar a aproximação dos alunos com a Ciência, esta deve ser trabalhada nas escolas. “Temos uma questão cultural e social de colocar as ciências exatas e biológicas como difíceis e que a proficiência nelas demanda um dom que já nasça com alguém. A Vereda busca mostrar que é possível alcançá-las por meio de prática, dedicação e empenho”, explica a pedagoga.
Novas teorias e invenções acontecem a partir de lugares variados, tais como as universidades brasileiras e do exterior – que produzem estudos científicos -, os cursos técnicos e as escolas. “Seja na área da medicina, seja na área de programação, os avanços que tornam nossas vidas mais confortáveis e seguras percorrem um longo caminho até estarem presentes em nosso cotidiano”, enfatiza Daiane.
A coordenadora também aponta o papel das Olimpíadas como facilitador para uma possível entrada no universo científico: “Quando falamos para os alunos sobre ciência, faculdade, pós-graduação ou doutorado, a sensação é que são possibilidades muito distantes, algo longe da realidade deles. Porém, quando eles fazem provas com essa com qualidade, também se veem capazes de alçar voos maiores”. Segundo ela, é preciso fazer com que entendam que são capazes de galgar um caminho a partir de provas como as Olímpiadas.
A edição de 2023 tem como tema “As Ciências na era da Inteligência Artificial”. O período de inscrição foi inaugurado no último dia 01/04 e será encerrado no dia 15/08. Em seguida, a primeira fase ocorreu entre os dias 17,18 e 19 de agosto. A organização da Olimpíada Nacional de Ciências afirma que entre os objetivos do evento estão: despertar e estimular o interesse pelo estudo das ciências naturais; aproximar as instituições de ensino superior, os institutos de pesquisa e sociedades