Unibes Cultural recebe a aula aberta “Amós Oz e Israel como personagem: de Jerusalém aos kibutzim”, ministrada pela jornalista Sabrina Abreu
Evento gratuito na Unibes Cultural discute, na próxima quinta-feira, 4 de maio, as diferentes representações de Jerusalém e dos kibutzim nas obras de Amós Oz, prestigiado escritor israelense. A palestra será ministrada por Sabrina Abreu, jornalista, escritora e diretora de Comunicação e Cultura da StandWithUs Brasil.
Amós Klausner começou a escrever suas histórias, ainda menino, na Jerusalém sob controle dos ingleses. Quando decidiu sair da casa do seu pai, aos 14 anos, e passar a viver no Kibutz Huldah, experimentou uma mudança radical, que incluiu abandonar uma vida cercada de livros e seu nome de família. O kibutz representou um rito de passagem do qual Amós só sairia depois de se casar, adotar um novo sobrenome, Oz, e voltar a escrever histórias. Foi no Huldah que ele se tornou escritor.
Para os israelenses, nos primeiros anos depois da Segunda Guerra e da criação de seu país, os kibutzim representaram a ruptura da (auto)imagem do judeu urbano e intelectual de corpo frágil, ou o ultraortodoxo isolado do resto da sociedade, dando lugar a um novo homem, o kibutznik capaz de executar trabalhos braçais sob o sol, dia após dia, de tirar seu sustento da terra e de se defender de inimigos. A criação dos kibutzim, ainda antes da fundação do Estado, também constitui uma espécie de rito de passagem coletivo.
Para os judeus israelenses e da diáspora, por milhares de anos, Jerusalém carrega múltiplos significados, cidade real, sagrada, invadida, destruída, reunida, problemática, atual capital política do Estado Judeu, epicentro de disputas territoriais e narrativas que ajudaram a forjar sua identidade. Foi nessa cidade que Amós Klausner nasceu. Foi no kibutz que ele renasceu. E Israel é, mais que cenário, um personagem de Amós Oz, em sua ficção e não ficção.
“Amós Oz e Israel como personagem: de Jerusalém aos kibutzim” vai analisar as diferentes representações, particulares ou coletivas, desses dois lugares e seus múltiplos significados ao longo da carreira do escritor. Embora a obra de Amós Oz tenha muitas camadas e sua fruição seja independente do fato de o leitor conhecer ou não a trajetória real do autor, o estilo de vida dos kibutzim ou a história de Jerusalém, a descoberta sobre a relação entre o escritor e esses locais abrirá uma nova porta para suas histórias e personagens.
SERVIÇO
Data: 4 de maio, quinta-feira
Horário: às 20h
Endereço: Unibes Cultural – R. Oscar Freire, 2500, São Paulo – SP
Ingressos gratuitos pelo Sympla em https://bit.ly/AmosOznaUnibes