Líderes do Hamas e Hezbollah e presidentes da Síria e do Líbano se reúnem para discutir planos contra Israel

Ismail Haniyeh, líder do Hamas, se encontra com Hassan Nasrallah, chefe do Hezbollah, em Beirute.

Encontros ocorrem após aumento das tensões na região no período da Páscoa e Ramadã e série de disparos de foguetes contra o território israelense

Neste domingo (09), o líder do Hamas, Ismail Haniyeh, se reuniu com o chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, em Beirute, após um fim de semana tenso em que foguetes foram disparados em direção às fronteiras norte e sul de Israel, vindos da Faixa de Gaza e do Líbano. A reunião foi noticiada pelo canal Al-Mayadeen, que relatou que os líderes dos grupos terroristas discutiram uma maior coordenação dos esforços de “resistência” contra o Estado israelense.

No mesmo dia, o presidente da Síria, Bashar Assad, e o presidente iraniano Ebrahim Raisi também discutiram o Ramadã e os esforços de “resistência” contra Israel. De acordo com a mídia estatal iraniana, Raisi disse a Assad que “os crimes do regime sionista são um sinal de fraqueza e uma prova de um futuro brilhante e promissor para o movimento de resistência”.

Em Israel, as Forças de Defesa Israelenses (IDF) acrescentaram reforços de oficiais de diferentes áreas para fortalecer a segurança após vários dias de ataques com foguetes vindos de Gaza, do Líbano e da Síria contra o território israelense, além de vários incidentes terroristas e tensões em torno do Monte do Templo/Esplanada das Mesquitas, que ocorreram no auge da Páscoa e Ramadã.

Em resposta aos ataques com foguetes, a IDF atingiu locais onde o Hamas havia se posicionado no Líbano e em Gaza, e também posições iranianas na Síria e algumas afiliadas ao regime do presidente sírio Bashar Assad. A IDF também deixou claro que vê o Irã, a Síria e o Hezbollah como responsáveis ​​pelo quadro geral de ameaças, e acusou o Hamas de ter disparado os primeiros foguetes.

O Ministério de Relações Exteriores de Israel se manifestou via Twitter sobre o encontro dos líderes dos grupos terroristas inimigos em um post com os dizeres: “Hezbollah e Irã. Hamas e Irã. Jihad Islâmica Palestina e Irã. Os grupos terroristas que atacam Israel podem ter nomes diferentes, mas têm uma coisa em comum. Irã”.

O cientista político especialista em Oriente Médio e presidente executivo da StandWithUs Brasil, André Lajst, explica que “o governo iraniano financia diversos grupos terroristas no Oriente Médio – os Hutis no Iêmen, milícias xiitas no Iraque, mercenários pró-Irã na Síria, o Hezbollah no Líbano e o Hamas e a Jihad Islâmica na Faixa de Gaza” e que “desde meados de 2010, Israel opera sigilosamente para sabotar o programa nuclear iraniano, pois entende que este regime, com a narrativa que possui, se torna um perigo existencial ao Estado Judeu e para o resto do mundo”. 

Sobre a reunião entre os inimigos israelenses, Lajst ressalta que “a articulação dos grupos terroristas pode intensificar ainda mais os ataques sobre alvos civis inocentes de Israel e de outras regiões do Oriente Médio e do mundo” e que é difícil, tanto para a população de Israel, quanto para a população de Gaza, Cisjordânia, Iêmen, Iraque, Líbano e Síria, viverem sob os constantes ataques ou sob o domínio de grupos terroristas controlados pelo Irã.


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