Professor Lemos denuncia desvio de recursos em programa de Ratinho Junior e acusa: “Educação não é mercadoria”
O deputado estadual Professor Lemos (PT) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa na última segunda-feira (9) para fazer duras críticas ao programa “Parceiro da Escola”, lançado pelo governo Ratinho Junior. Segundo o parlamentar, o projeto representa um perigoso desvio de recursos da educação pública em prol de interesses privados, beneficiando empresários em detrimento de estudantes e professores.
Lemos destacou que o modelo adotado pelo programa já foi testado em outros países, como Estados Unidos e Suécia, com resultados desastrosos. “Esses países recuaram após constatarem os prejuízos causados à qualidade da educação pública. Estamos repetindo erros que outros já abandonaram”, alertou.
Denúncias de irregularidades e pressão sobre escolas
Além de criticar o direcionamento de recursos públicos para iniciativas privadas, o deputado denunciou uma série de irregularidades na implementação do programa. Ele afirmou que regras impostas desrespeitam a legislação estadual, que foi aprovada com forte oposição e sem consultar adequadamente as comunidades escolares. Lemos também acusou o governo de usar propagandas enganosas e pressões indevidas para forçar a adesão ao projeto por parte das escolas.
“A Constituição Federal é clara: dinheiro público deve ser aplicado exclusivamente na educação pública. O programa ‘Parceiro da Escola’ não só é inconstitucional, mas também imoral”, declarou o parlamentar, pedindo atenção das autoridades competentes para investigar os fatos.
Educação transformada em mercadoria
A crítica central de Lemos recai sobre a mercantilização do ensino, algo que ele vê como uma ameaça à essência da educação pública. Para o deputado, o programa transforma a escola em um produto a ser explorado por empresas, enfraquecendo o papel do Estado na garantia do direito à educação universal e gratuita. “Educação não é mercadoria! Estamos assistindo ao desmonte da educação pública em benefício de interesses corporativos”, concluiu.
O caso levanta preocupações entre especialistas e sindicatos do setor educacional, que compartilham das críticas feitas por Lemos e pedem uma revisão urgente das políticas públicas de educação no Paraná. Por outro lado, o governo Ratinho Junior defende que o programa visa atrair investimentos e modernizar as escolas, argumento que não convence os opositores.
A polêmica segue aberta e promete aquecer os debates na Assembleia Legislativa nas próximas semanas.