Calor excessivo no mundo potencializa incidência de problemas cardiovasculares
Para evitar problemas cardíacos, o médico cardiologista Marco Miguita, da Cardiocat, orienta alguns cuidados
O ano de 2024 caminha para ser considerado o mais quente já registrado no mundo, de acordo com dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da Organização das Nações Unidas (ONU). Isso representa não apenas problemas de ordem respiratória ou relacionados a catástrofes ambientes, mas, também, potencializa diversos outros problemas de saúde, inclusive doenças cardíacas como arritmia. Só para se ter uma ideia, a temperatura média global do ar na superfície, de janeiro a setembro deste ano, foi de 1,54°C maior que a média pré-industrial. Para evitar problemas cardíacos, o médico cardiologista Marco Miguita, da Cardiocat, orienta alguns cuidados.
“Diminuir a temperatura no mundo é um movimento global que exige esforço de todos os países, mas, enquanto isso, cada indivíduo pode tomar algumas medidas importantes para evitar a exposição ao calor extremo”, ressalta o especialista. Entre essas medidas estão evitar permanecer no sol nos horários de maior incidência de calor, como entre as 10h e às 16h. Mas, se isso não for possível por causa do trabalho, o cardiologista recomenda uma boa hidratação ao longo do dia para repor a perda de água por conta do suor. “É importante fazer pausas debaixo da sombra e beber água ao longo do dia.”
A alimentação leve também interfere nesse aspecto, ajudando a amenizar os efeitos do calor extremo no corpo. Saladas, frutas, comidas frias são grandes aliadas na hidratação. E comidas pesadas como churrasco e feijoada podem ser evitadas em dias muito quentes. “Pequenas porções de comidas leves contribuem para manter o corpo hidratado”, ressalta o médico Marco Miguita. Outras medidas são utilizar protetor solar, chapéus e bonés, sombrinhas, óculos escuros, vestir roupas leves, tomar banhos mais frescos, evitar ambientes muito aglomerados e preferir locais com boa circulação de ar.
O médico aponta que o calor provoca alterações no corpo que são prejudiciais para quem já tem uma predisposição cardiovascular. “A arritmia se dá porque o coração irá bombear sangue mais rapidamente para tentar eliminar o calor do corpo, ao mesmo tempo em que o sangue estará mais concentrado, podendo provocar coágulos”, explica o especialista. É daí que vêm as complicações relacionadas ao calor intenso. “Nesses dias muito quentes, o ideal é evitar o esforço físico debaixo das altas temperaturas, seguindo as recomendações médicas e mantendo sempre um acompanhamento profissional com os exames em dia”, afirma.