Pediatra alerta: vacinação é fundamental para conter aumento de casos de meningite no Brasil
O crescimento no número de casos de meningite tem acendido um sinal de alerta em diversos estados do Brasil, segundo dados recentes da Secretaria de Estado de Saúde. A doença, que provoca a inflamação das meninges — membranas que revestem o cérebro e a medula espinhal —, pode ter causas variadas, incluindo infecções bacterianas, virais e, menos frequentemente, fungos e parasitas. Apesar de seu potencial letal, especialistas apontam que a imunização é a melhor forma de prevenção.
A pediatra e infectologista Dra. Ana Paula Moura, referência no combate a doenças infecciosas, enfatiza a gravidade da situação: “A meningite bacteriana, especialmente causada pela bactéria Neisseria meningitidis, é a forma mais perigosa, com altas taxas de mortalidade se não tratada rapidamente. A vacina é um escudo essencial para proteger as crianças e também os adultos.”
Vacinação ainda enfrenta baixa adesão
Embora a vacina contra a meningite esteja incluída no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e seja disponibilizada gratuitamente em postos de saúde, a adesão da população ainda está aquém do necessário. Dados mostram que as taxas de cobertura vacinal sofreram queda durante a pandemia de Covid-19, agravando a vulnerabilidade de diversas comunidades.
“Pais precisam compreender que atrasar ou ignorar a vacinação pode expor os filhos a riscos graves. A meningite é uma doença de rápida evolução, que pode levar a sequelas como surdez, paralisia e até mesmo a morte”, reforça Dra. Ana Paula.
Sinais de alerta e medidas de prevenção
Entre os sintomas mais comuns de meningite estão febre alta, dores de cabeça intensas, rigidez na nuca, náuseas e vômitos. Em bebês, irritabilidade, choro constante e a dificuldade de alimentar-se são sinais importantes que devem ser observados. A forma bacteriana da doença é considerada uma emergência médica, exigindo diagnóstico e tratamento imediato.
Além da vacinação, medidas simples de prevenção, como lavar as mãos regularmente, evitar aglomerações em surtos e manter o calendário vacinal atualizado, são essenciais para conter a disseminação da doença.
Campanhas de conscientização em andamento
Com o objetivo de aumentar a cobertura vacinal, algumas secretarias estaduais têm promovido campanhas intensivas em escolas e postos de saúde, além de ampliar o acesso às doses em regiões mais remotas. A Sociedade Brasileira de Pediatria também lançou um alerta aos profissionais de saúde para reforçar a orientação sobre a vacinação e os cuidados com sintomas suspeitos.
Para Dra. Ana Paula, essas iniciativas são fundamentais, mas precisam ser acompanhadas de um esforço nacional: “A população precisa ser informada de forma clara sobre os riscos da doença e a importância da prevenção. A meningite não espera.”
Com a aproximação do verão, período em que algumas formas da doença têm maior incidência, o apelo de especialistas para que os pais busquem os postos de vacinação se torna ainda mais urgente. Afinal, a proteção está ao alcance de todos, mas depende da decisão consciente de cada família.