Fórum Brasil-China discute ampliação de parcerias estratégicas em Brasília
Nos dias 26 e 27 de novembro, a Universidade de Brasília (UnB) será palco de um evento estratégico que pode redefinir os rumos da cooperação internacional entre Brasil e China. Organizado em conjunto pelo Instituto Taihe, pela Associação Internacional para a Cooperação Popular (Baobab/IAPC) e pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o “Fórum Brasil-China: Marcos para uma nova cooperação para o desenvolvimento compartilhado” busca debater os desafios e oportunidades para fortalecer as relações bilaterais.
O evento ocorre em um momento de crescente protagonismo da China na América Latina e em um contexto de reaproximação entre os dois países. A parceria Brasil-China, considerada vital para o agronegócio, tecnologia, educação e transição energética, será explorada em profundidade, com foco em um modelo de desenvolvimento inclusivo e sustentável.
MST e UnB: novas perspectivas no debate internacional
A inclusão do MST como um dos organizadores do fórum adiciona um tom de inovação ao evento, sugerindo que o diálogo transcenderá os tópicos tradicionais. O movimento, historicamente ligado às questões agrárias e sociais, pretende trazer à mesa pautas que envolvem segurança alimentar, reforma agrária e produção sustentável — pontos de interesse mútuo para ambas as nações, especialmente diante do impacto global da crise climática.
Por outro lado, a presença do Instituto Taihe, um think tank de prestígio internacional com base na China, reforça o caráter acadêmico e diplomático do fórum. A parceria com a UnB demonstra a relevância do espaço universitário brasileiro como polo de discussões sobre políticas globais.
Pauta global e cooperação Sul-Sul
Os debates devem abordar temas como a ampliação das parcerias no setor de tecnologia de ponta, investimentos em infraestrutura e energias renováveis. Um dos pontos de destaque é o modelo de cooperação Sul-Sul, que busca promover trocas horizontais e reduzir a dependência de países em desenvolvimento em relação às economias centrais.
A China, maior parceiro comercial do Brasil, tem investido maciçamente em projetos de infraestrutura na América Latina, enquanto o Brasil, com sua vasta produção agrícola e recursos naturais, apresenta grande interesse em ampliar o acesso ao mercado chinês. Além disso, a discussão sobre transferência tecnológica e educação, áreas em que a China desponta como líder global, promete abrir novas possibilidades.
Um futuro compartilhado?
Com discursos previstos de acadêmicos, diplomatas, líderes de movimentos sociais e especialistas internacionais, o fórum simboliza um esforço conjunto para delinear os “novos marcos” da cooperação bilateral. Se bem-sucedido, o evento pode não apenas reforçar laços históricos, mas também criar um modelo de desenvolvimento capaz de enfrentar desafios globais de maneira conjunta e inovadora.
O Fórum Brasil-China é mais do que uma oportunidade de diálogo: é um passo estratégico para consolidar uma relação bilateral que, ao longo dos anos, tem se mostrado cada vez mais indispensável para ambos os países.