Inteligência Artificial irá extinguir profissões e criar novas, alerta especialista
Pedro Nazareth, diretor de novos negócios do GetNinjas, acredita que as IAs generativas, ainda em estágio inicial, trarão profundas transformações para o mercado de trabalho.
A revolução provocada pelas inteligências artificiais generativas (IAs) já começou a moldar o futuro dos negócios e do mercado de trabalho, e as consequências são incertas. Durante sua participação na Feira do Empreendedor do Sebrae, realizada em 14 de outubro no Expo São Paulo, Pedro Nazareth, diretor de novos negócios do GetNinjas, destacou que essa tecnologia ainda está em sua “primeira infância”, mas já promete mudanças drásticas.
Para Nazareth, o impacto das IAs no mercado de trabalho será imensurável e pode levar à extinção de profissões até então vistas como tradicionais. O ponto crucial, segundo ele, é que as novas tecnologias geram mais perguntas do que respostas, especialmente sobre o futuro das carreiras. “Não sabemos quantas carreiras vão desaparecer e quantas vão surgir. Esse é o grande questionamento”, afirmou o executivo, reforçando que ainda estamos no começo dessa revolução tecnológica.
Carreiras em risco e novas oportunidades
O avanço da IA generativa já começou a substituir funções em áreas como atendimento ao cliente, criação de conteúdo, e até mesmo no campo da saúde e engenharia, com sistemas que executam tarefas antes desempenhadas por humanos. Contudo, Nazareth também ressalta que o desenvolvimento dessa tecnologia criará novas oportunidades e profissões, muitas delas ainda inimagináveis. Profissionais capazes de integrar e aprimorar sistemas de IA, assim como especialistas em ética e regulação dessa tecnologia, serão cada vez mais demandados.
O desafio, para ele, será a adaptação dos trabalhadores e das empresas, especialmente nas áreas onde a automação ameaça funções estabelecidas há décadas. “Haverá uma reorganização no mercado de trabalho. Precisaremos desenvolver novas habilidades e sermos mais criativos para nos mantermos competitivos”, acrescentou.
A evolução da IA e seus desdobramentos
Nazareth comparou o momento atual da IA com o início da internet, nos anos 90, quando poucas pessoas previam o impacto profundo que a tecnologia teria na sociedade. “Estamos no começo de algo muito maior. A IA ainda está engatinhando, e os efeitos completos de sua implementação em massa ainda estão por vir”, destacou.
Ele acredita que, assim como a internet revolucionou o comércio, a educação e a comunicação, a IA transformará a forma como vivemos e trabalhamos. O ritmo acelerado de desenvolvimento das inteligências artificiais levanta preocupações sobre a regulamentação e o controle dessas tecnologias. Nazareth afirma que governos e empresas terão que trabalhar juntos para garantir que a adoção de IA não acentue desigualdades e garanta a inclusão de todos nesse novo mercado.
O papel das empresas no futuro da IA
As empresas, segundo o diretor do GetNinjas, desempenharão um papel fundamental na preparação para esse futuro. Elas terão que se adaptar rapidamente às novas tecnologias, treinando suas equipes e criando um ambiente onde a inovação seja incentivada. Ele defende que a flexibilidade e a capacidade de aprender novas competências serão essenciais para sobreviver à revolução da IA.
Nazareth ainda aponta que a América Latina, especialmente o Brasil, tem um grande potencial de crescimento no campo das IAs, tanto no desenvolvimento de tecnologia própria quanto na adaptação de soluções globais para as necessidades locais. “Temos uma vantagem competitiva por conta de nossa criatividade e capacidade de resolver problemas complexos. Isso será fundamental no futuro da IA”, concluiu.
Enquanto isso, a questão central permanece: quantas carreiras a IA irá extinguir, e quantas novas irão surgir? A resposta, segundo especialistas como Pedro Nazareth, só será revelada com o tempo e com a evolução contínua dessa tecnologia revolucionária.