Amplitude térmica agressiva e baixa umidade afetam a produtividade de bovinos
A produção bovina é uma atividade fundamental na economia agropecuária brasileira, mas fatores climáticos, como amplitude térmica agressiva e baixa umidade, podem impactar significativamente a produtividade do rebanho. O estresse térmico, manifestado por temperaturas extremas, seja muito alta ou muito baixa, pode levar a consequências negativas no desenvolvimento e na saúde dos bovinos.
A temperatura ideal para o bem-estar dos bovinos varia conforme a raça e o sistema produtivo. Os bovinos zebuínos, por exemplo, estão melhor adaptados ao clima tropical brasileiro e podem suportar temperaturas de até 35ºC. Em contrapartida, os bovinos taurinos, que têm origem em climas mais temperados, se sentem confortáveis em temperaturas entre 15ºC e 27ºC. Essa disparidade mostra a necessidade de manejo adequado, especialmente em regiões onde as temperaturas podem oscilar drasticamente.
Um fator crítico é o impacto das temperaturas extremas no desenvolvimento dos bezerros. De acordo com Felipe Pivoto, gerente de serviços técnicos de bovinos e equinos da Vetoquinol, os bezerros, que são especialmente vulneráveis aos extremos de temperatura, podem sofrer sérios impactos em seu desenvolvimento nos primeiros dias de vida. Durante o inverno, por exemplo, os pecuaristas devem redobrar a atenção para garantir o bem-estar dos animais, pois a amplitude térmica excessiva pode levar a distúrbios fisiológicos significativos.
Além do desconforto térmico, condições de baixa umidade aumentam o risco de estresse térmico e comprometem a saúde imunológica dos bovinos. Com uma imunidade debilitada, os bovinos tornam-se mais suscetíveis a infecções e doenças, pois agentes patógenos podem explorar essa instabilidade imunológica. Isso representa um desafio a mais para os pecuaristas, que precisam estar atentos não apenas às condições climáticas, mas também à saúde geral do rebanho.
Portanto, para mitigar os efeitos da amplitude térmica e da umidade baixa na produção bovina, é crucial que os pecuaristas implementem estratégias adequadas de manejo. Isso inclui garantir acesso a sombra e água fresca em dias quentes e providenciar abrigo para os animais durante os períodos mais frios. Além disso, práticas de manejo nutricional e cuidados veterinários devem ser realizados para assegurar que os animais mantenham um bom estado de saúde e produtividade.
Em suma, o conhecimento das necessidades específicas de cada raça e a implementação de práticas de manejo efetivas são fundamentais para garantir que os bovinos possam se adaptar às variações climáticas, permitindo não apenas a preservação do bem-estar animal, mas também a sustentabilidade da produção.