Coligação em Maringá contesta registro de candidatura de Silvio Barros por condenação no Tribunal de Contas

Silvio Barros (PP) na sede Grupo Maringá de Comunicação.

Oposição acusa ex-prefeito de violar princípios éticos e legais; disputa eleitoral ganha novos contornos com embate judicial

Maringá enfrenta uma reviravolta política às vésperas das eleições municipais com a ação judicial movida pela coligação “Pra Cuidar Bem de Maringá” contra o registro de candidatura do ex-prefeito Silvio Magalhães Barros II (PP). Liderada por Humberto Henrique (PT), veterano na política local e conhecido por sua postura ética, a coligação alega que Barros está inelegível devido a uma condenação imposta pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), que aponta irregularidades graves durante sua gestão anterior.

A condenação, que teve como base a análise de contratos celebrados entre o município e uma prestadora de serviços, foi decidida por maioria absoluta no TCE-PR. Segundo o tribunal, Barros teria desrespeitado os princípios da impessoalidade, economicidade e competitividade ao firmar o Convênio 01/2005 com o Instituto Para o Desenvolvimento Regional de Maringá (IDR), resultando em danos ao erário público.

Essa decisão, que não foi contestada pelo ex-prefeito, gerou uma nódoa indelével sobre sua trajetória política, de acordo com a coligação de Henrique. “A condenação não é apenas um problema jurídico, mas um reflexo da falta de condições morais para quem almeja novamente o comando de uma das mais importantes cidades do Brasil”, declarou a coligação em nota oficial.

Para o grupo liderado por Humberto Henrique, a ausência da Certidão Negativa, documento essencial para comprovar a ficha limpa do candidato, é um fator determinante que invalida a candidatura de Barros. Segundo os opositores, a situação é agravada pela falta de uma Certidão Positiva, que evidenciaria que as contas de Barros foram julgadas irregulares, um requisito obrigatório para a participação nas eleições.

A disputa entre Henrique e Barros, que já foi considerada um embate de alto nível, agora se intensifica com a batalha judicial. Se por um lado Silvio Barros já governou a cidade e possui uma base consolidada de apoiadores, por outro, sua campanha está ameaçada por questões legais que podem tirá-lo da corrida eleitoral.

A possível impugnação de sua candidatura levanta um debate sobre a importância da ética e da transparência na administração pública, temas que têm ganhado cada vez mais destaque no cenário político brasileiro. A coligação de Henrique insiste que a manutenção da candidatura de Barros seria um desrespeito à moralidade que deve reger a política.

Enquanto isso, Silvio Barros não se pronunciou sobre as acusações, e seus aliados tentam minimizar o impacto da condenação, afirmando que a questão será resolvida a tempo de continuar a campanha. No entanto, a incerteza em torno de sua candidatura pode enfraquecer seu apoio e abrir caminho para outros concorrentes.

O caso agora segue para a Justiça Eleitoral, que terá a difícil tarefa de decidir sobre o futuro da candidatura de Barros. A decisão, além de impactar diretamente a eleição, poderá estabelecer um precedente sobre a aplicação rigorosa das leis de inelegibilidade no Brasil.

Com a tensão aumentando em Maringá, as próximas semanas prometem ser decisivas não apenas para os candidatos, mas também para os eleitores, que esperam por uma eleição limpa e justa, onde a ética prevaleça sobre os interesses pessoais.


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