Deputados bolsonaristas recuam e sinalizam apoio a Silvio Barros em Maringá, aumentando dúvidas sobre gestão do município
Em meio a um cenário político cada vez mais volátil e imprevisível, os eleitores de Maringá, no Paraná, se veem novamente diante de promessas quebradas e reviravoltas estratégicas que estão moldando a corrida pela prefeitura da cidade. O que antes parecia uma disputa acirrada entre figuras bolsonaristas proeminentes agora parece se resumir ao apoio a um nome tradicional da política local: Silvio Barros, cujo clã familiar há décadas exerce influência sobre a cidade.
Especulações de que os deputados estaduais Delegado Jacovós (PL) e Do Carmo (União Brasil), ambos com forte base bolsonarista, iriam concorrer à prefeitura, criaram expectativas entre seus eleitores, mas acabaram se revelando meros balões de ensaio. Ambos os parlamentares recuaram, deixando claro que sua verdadeira intenção era consolidar forças em torno de Silvio Barros, tanto que o ex-delegado cedeu sua esposa para a chapa do Partido Progressista para a vice de Barros. Essa manobra deixou uma sensação de frustração e traição entre aqueles que viam nos deputados uma chance de mudança na administração municipal.
Silvio Barros, que já ocupou o cargo de prefeito de Maringá em duas ocasiões, está em meio a uma tempestade de críticas que colocam em xeque sua capacidade de liderar a cidade novamente. Um dos pontos mais polêmicos diz respeito à situação financeira do grupo de comunicação pertencente à sua família. As três emissoras de rádio administradas pelos Barros estão em uma situação precária, com relatos de falência iminente. Essa realidade levanta uma questão incômoda: como confiar a gestão de uma cidade tão importante a quem não consegue manter a saúde financeira de seus próprios negócios?
A crítica vai além da simples administração das emissoras. A história da família Barros em Maringá é marcada por uma gestão que, segundo opositores, prioriza interesses pessoais e familiares em detrimento do bem público. Com o apoio dos deputados bolsonaristas, a candidatura de Silvio Barros ganha força, mas também intensifica as dúvidas sobre o futuro de Maringá sob uma possível nova gestão do ex-prefeito.
A preocupação de parte da população é que o município, que já enfrenta desafios financeiros e estruturais, possa sucumbir à ganância de um grupo que, ao que tudo indica, está mais interessado em manter o poder do que em promover o desenvolvimento sustentável da cidade. Em uma época em que a transparência e a competência administrativa são mais exigidas do que nunca, Maringá pode estar à beira de um precipício político e econômico.
A movimentação política em torno de Silvio Barros é vista por alguns analistas como uma tentativa de manter o status quo, utilizando a força do bolsonarismo local para garantir a continuidade de um projeto de poder que, para muitos, já deu sinais de esgotamento. Enquanto isso, a população maringaense observa, apreensiva, o desenrolar dos eventos, ciente de que as decisões tomadas nos bastidores podem ter um impacto profundo no futuro da cidade.
Com as eleições municipais se aproximando, resta saber se essa estratégia de união em torno de Silvio Barros será suficiente para convencer os eleitores, ou se a desconfiança sobre sua capacidade de gerir Maringá prevalecerá, levando a cidade a buscar uma alternativa fora do espectro tradicional da política local.