Paraná à Venda: ‘Ratinho Jr. desmantela patrimônio estadual e deixa estado à beira do colapso’, afirma deputado Arilson Chiorato
O governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), está sendo duramente criticado por liderar um processo que, segundo opositores, resultou no desmantelamento do patrimônio público do estado. A acusação mais contundente veio do deputado estadual Arilson Chiorato (PT), que afirmou nesta semana que o governador “acabou com todo o patrimônio do Paraná” e que “só falta vender o Palácio Iguaçu”.
Chiorato, conhecido por sua postura combativa contra a administração de Ratinho Jr., acusa o governo estadual de um processo deliberado de privatizações e concessões que, segundo ele, comprometem o futuro do estado. Para o deputado, as ações do governador estão transformando o Paraná em um estado refém de interesses privados, colocando em risco o acesso da população a serviços essenciais e ao patrimônio histórico e cultural.
“É inadmissível o que estamos vendo. Ratinho Jr. está dilapidando o Paraná. Já venderam empresas públicas, abriram mão de ativos estratégicos e agora, aparentemente, não há mais limites para essa gestão. Daqui a pouco, vão colocar o Palácio Iguaçu à venda, num verdadeiro leilão do nosso patrimônio”, disparou Chiorato em uma sessão na Assembleia Legislativa.
Patrimônio em Risco: Quais São as Empresas Já Vendidas
Nos últimos anos, o Paraná viu a alienação de ativos importantes, como a Copel Telecom, vendida em 2020 para a operadora de telecomunicações Bordeaux por R$ 2,4 bilhões. A venda, que na época foi justificada pelo governo como uma maneira de focar a Copel em seus negócios principais, gerou forte oposição. Críticos apontaram que a Copel Telecom, empresa rentável e com forte presença no mercado, era uma ferramenta crucial para a inclusão digital no estado, especialmente em áreas rurais e periferias urbanas.
Outro ponto de discórdia é a concessão de rodovias estaduais para a iniciativa privada, que tem causado polêmica entre motoristas e empresários locais devido ao aumento das tarifas de pedágio e à percepção de que as melhorias nas estradas estão aquém das expectativas. O governo estadual defende que as concessões são necessárias para garantir investimentos em infraestrutura que o estado, sozinho, não poderia suportar. No entanto, a oposição vê nesse movimento mais uma tentativa de entregar recursos públicos a grupos privados, sem garantir o retorno adequado à população.
O Impacto Social e Político
As ações do governo Ratinho Jr. também têm sido criticadas por sindicatos e movimentos sociais, que temem pela precarização dos serviços públicos e pela perda de empregos no estado. “Estamos falando de milhares de trabalhadores que dependem dessas empresas para seu sustento. Privatizar sem garantias de manutenção de empregos é jogar esses trabalhadores à própria sorte”, afirmou um líder sindical que preferiu não se identificar.
O desmonte do patrimônio estadual também tem sido visto como um golpe à soberania do Paraná. Historicamente, empresas como a Copel foram criadas para promover o desenvolvimento regional e garantir a independência do estado em setores estratégicos. A venda desses ativos pode, segundo especialistas, fazer com que o Paraná perca sua capacidade de influenciar diretamente em setores cruciais para o desenvolvimento econômico e social.
Ratinho Jr. Responde: “Modernização e Eficiência”
Em resposta às críticas, o governo Ratinho Jr. afirma que as medidas tomadas são parte de um plano maior de modernização e aumento da eficiência da máquina pública. Segundo o governo, a venda de ativos e a concessão de serviços visam melhorar a qualidade dos serviços oferecidos à população, além de permitir que o estado invista em áreas prioritárias, como saúde, educação e segurança.
“O Paraná precisa se modernizar, e isso inclui a reestruturação de ativos que não fazem mais sentido estar sob a gestão direta do estado. O que estamos fazendo é garantir que o Paraná continue crescendo e se desenvolvendo, com uma máquina pública mais enxuta e eficiente”, declarou um porta-voz do governo.
Próximos Passos: A Luta Continua
Apesar das justificativas do governo, a oposição promete intensificar a resistência. Para Arilson Chiorato e seus aliados, a luta agora é para impedir que novos ativos sejam alienados e para reverter, na medida do possível, as privatizações já realizadas.
“A população paranaense precisa se mobilizar. Estamos diante de um processo que pode comprometer o futuro do nosso estado por décadas. Não podemos aceitar passivamente esse desmonte”, finalizou Chiorato.
Enquanto a batalha política segue fervendo na Assembleia Legislativa do Paraná, a população assiste preocupada às transformações que podem moldar o futuro do estado. De um lado, a promessa de modernização e eficiência; do outro, o temor de que o Paraná esteja vendendo não só seu patrimônio, mas também seu futuro.