O plano clima participativo: engajamento da sociedade civil na elaboração da política climática brasileira

A partir do dia 30 de julho até 15 de agosto de 2023, o Brasil se prepara para um evento significativo no campo da política climática: as plenárias do Plano Clima Participativo. Esta iniciativa, que reunirá a sociedade civil em oito cidades brasileiras, visa a promoção do engajamento social na formulação de propostas que nortearão a estratégia climática do país até o ano de 2035. Os encontros, programados para ocorrer em diversas regiões, não são apenas uma oportunidade para o diálogo sobre questões climáticas, mas também um espaço de escuta ativa onde será possível tirar dúvidas e receber informações sobre os passos dessa crucial empreitada.

Os encontros do Plano Clima Participativo são organizados pelo Comitê Interministerial sobre Mudança do Clima (CIM), que conta com a representação de 22 ministérios e atua em colaboração com a Rede Clima e o Fórum Brasileiro de Mudança do Clima. A política climática do Brasil, a ser desenhada por meio deste plano, tem como eixos centrais a mitigação das emissões de gases de efeito estufa e a adaptação das cidades e dos ambientes naturais às mudanças climáticas. Nesse contexto, é vital que a sociedade participe ativamente, pois as decisões tomadas hoje terão repercussões significativas nas gerações futuras.

O lançamento das plenárias será realizado no Palácio Itamaraty, em Brasília, no dia 30 de julho, das 15h às 17h. Este evento inicial marca o pontapé inicial de uma série de encontros que ocorrerão em diferentes biomas do Brasil, reconhecendo a diversidade ambiental do país e a importância de considerar as especificidades de cada região. As seguintes cidades e biomas foram selecionados para sediar os encontros:

  1. Recife (PE) – Costeiro-Marinho: Este bioma é essencial não apenas para a biodiversidade, mas também para a economia local, que depende em grande parte dos recursos marinhos. As discussões em Recife abordarão como a conservação marinha e as práticas sustentáveis podem ser integradas à política climática.
  2. Teresina (PI) – Caatinga: A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro e enfrenta desafios únicos relacionados à seca e à desertificação. Teresina será o local para troca de ideias sobre como combater esses problemas e adaptar as práticas de convivência com o semiárido.
  3. Macapá (AP) – Amazônia: A Floresta Amazônica é crucial para o equilíbrio climático do planeta, e as discussões em Macapá estarão focadas em estratégias para sua preservação, bem como na importância da participação das populações tradicionais na formulação de políticas.
  4. Imperatriz (MA) – Cerrado: O Cerrado é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo, mas também um dos mais ameaçados. As plenárias em Imperatriz serão uma oportunidade para discutir a necessidade de conservação e manejo sustentável.
  5. Campo Grande (MS) – Pantanal: Reconhecido pela sua vasta riqueza biológica, o Pantanal enfrenta sérios riscos devido às mudanças climáticas. Este encontro se concentrará em propostas de proteção e recuperação dos ecossistemas do Pantanal.
  6. São Paulo (SP) – Mata Atlântica: Este bioma é historicamente um dos mais afetados pela urbanização. As reuniões em São Paulo buscarão articulações entre desenvolvimento urbano e conservação ambiental, discutindo soluções para a revitalização de áreas verdes.
  7. Porto Alegre (RS) – Pampa: O bioma do Pampa, com sua rica vegetação e fauna, será tema de debates sobre conservação e desenvolvimento sustentável, vital para a manutenção da cultura gaúcha e da biodiversidade.

A importância do Plano Clima Participativo reside na sua capacidade de unir o saber técnico e científico com a vivência diária das populações locais, garantindo que as políticas climáticas sejam verdadeiramente representativas e eficazes. A inclusão da sociedade civil nesse processo é fundamental para que as estratégias climáticas sejam adequadas e respeitem as realidades sociais, econômicas e ambientais de cada região.

Assim, a partir do dia 30 de julho, cada cidadão interessado em contribuir para o futuro do Brasil em questão de clima e sustentabilidade é incentivado a participar das plenárias, apresentar suas sugestões e debater propostas. Este é um momento crucial não apenas para o desenvolvimento de políticas eficazes, mas também para a construção de uma conscientização coletiva sobre a importância de proteger o meio ambiente e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.

O engajamento da sociedade civil não é apenas uma demanda ética; é uma necessidade premente diante dos desafios climáticos que enfrentamos hoje. A história do Brasil, rica em biodiversidade e saberes locais, deve ser um pilar fundamental na elaboração de políticas climáticas que realmente respondam às urgências do nosso tempo. Portanto, é com grande expectativa que aguardamos essas plenárias e contamos com a participação de todos os cidadãos brasileiros integralmente empenhados em moldar um futuro mais sustentável e resiliente.


Notice: ob_end_flush(): Failed to send buffer of zlib output compression (0) in /home3/juliot96/public_html/wp-includes/functions.php on line 5464