Ataques à segurança de Trump: quando a direita americana ataca mulheres e a diversidade
No último sábado, durante um comício na Pensilvânia, Donald Trump foi alvo de uma tentativa de assassinato. A cena do ataque mostrou algo notável: mulheres, agentes do Serviço Secreto, agindo com rapidez e determinação para proteger o ex-presidente. O que deveria ser um momento de reconhecimento por sua bravura e profissionalismo se transformou em um novo ataque da direita americana, dessa vez direcionado às mulheres que compõem o serviço de segurança de Trump.
Em vez de elogiar as agentes que colocaram suas vidas em risco para proteger o ex-presidente, figuras proeminentes da direita ultraconservadora se concentraram em criticar sua presença e capacidade. O ataque veio sob a forma de comentários sexistas e desrespeitosos, questionando a competência das mulheres e a política de diversidade do Serviço Secreto.
Matt Walsh, ativista de direita conhecido por suas opiniões polêmicas, escreveu no X: “Não deveria haver mulheres no Serviço Secreto. Os agentes devem ser os melhores e nenhum dos melhores é mulher”. Essa declaração, além de discriminatória, ignora completamente a realidade: mulheres no serviço militar e em áreas de segurança pública, como o Serviço Secreto, são treinadas para os mesmos padrões rigorosos que seus colegas homens.
O congressista republicano Tim Burchett se juntou à onda de ataques, direcionando suas críticas à diretora do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle. Em um post no X, ele questionou sua capacidade como chefe da organização, relacionando sua experiência anterior na PepsiCo à política DEI (Diversidade, Equidade e Inclusão) implementada pelo Serviço Secreto. “Não consigo imaginar como uma contratação DEI da Pepsi possa ser uma escolha ruim para a chefe do Serviço Secreto #sarcasmo”, escreveu Burchett.
Esse ataque à Cheatle é um ataque direto à política DEI do Serviço Secreto, que busca criar uma força de segurança mais representativa e inclusiva. Essa política é vista como essencial para fortalecer a instituição, garantindo que ela seja capaz de refletir e servir melhor a população que protege.
A retórica utilizada por Walsh e Burchett, além de ser profundamente sexista e discriminatória, é também extremamente perigosa. Ela busca minar a confiança na capacidade do Serviço Secreto de proteger figuras públicas e, por extensão, a segurança do país.
É importante lembrar que a segurança de Trump não foi comprometida por conta da presença de mulheres no Serviço Secreto. A falha na segurança do evento, que permitiu que o atirador se aproximasse tanto do ex-presidente, precisa ser investigada e corrigida, mas não com base em ataques sexistas e generalizações infundadas sobre as mulheres.
É crucial que a sociedade se una para defender a igualdade de gênero e a diversidade em todos os setores, incluindo o serviço público. As mulheres que servem no Serviço Secreto são profissionais altamente qualificadas e dedicadas, e merecem o respeito e a admiração de todos. A tentativa de difamá-las e questionar sua capacidade é uma vergonha para a democracia americana e uma ameaça à segurança do país.