Troca de terreno no centro de Curitiba por área alagada sendo questionada no judiciário
A Prefeitura de Curitiba, sem realizar licitação, aprovou a troca de um terreno público localizado em área nobre da cidade por um imóvel em área alagada, de menor valor e afastado do centro. A área pública descartada, parte do estacionamento do Terminal Campina do Siqueira, era utilizada como acesso ao Edifício do Parque, prejudicando o direito de ir e vir dos usuários do local.
A permuta beneficiou a empresa IVC São Lourenço Empreendimentos Imobiliários, que cercou a área com tapumes, apesar das contestações da comunidade e do processo judicial em curso. O empresário José Luiz Schuchovski, que denunciou a irregularidade, busca a suspensão da permuta e a devolução da área de estacionamento, argumentando que o acesso é fundamental para o Edifício do Parque e para o Edifício Bueno, localizado em frente ao terreno.
Em troca do terreno no terminal, a empresa IVC ofereceu uma área degradada de banhado e brejo no bairro Abranches, alegando que o local faria parte do plano de revitalização da bacia hidrográfica do Rio Belém e do futuro Parque Colina do Abranches. No entanto, a falta de detalhes sobre os critérios utilizados para a avaliação e a ausência de estudos ambientais levantam questionamentos sobre a veracidade da justificativa.
A avaliação do Departamento de Rendas Imobiliárias (DRI) da Prefeitura também é alvo de críticas. Os terrenos da IVC foram avaliados por valores exorbitantes, enquanto um imóvel no Boqueirão, localizado em área de proteção ambiental, recebeu avaliação consideravelmente menor. A disparidade entre os valores sugere falhas na avaliação e coloca em risco os interesses do município.
A troca do terreno público sem licitação e a desproporção na avaliação dos imóveis levantam sérias preocupações sobre a legalidade e a transparência da permuta. A contestação da comunidade e o processo judicial em andamento demonstram a necessidade de uma investigação profunda sobre o caso, visando garantir a proteção do patrimônio público e a justiça para os usuários do Terminal Campina do Siqueira e do Edifício do Parque.