21 de setembro de 2024

Algas marinhas na agricultura: importantes aliadas diante dos desafios climáticos

A crescente preocupação com os impactos das mudanças climáticas e a necessidade de garantir a segurança alimentar global impulsionam a busca por soluções inovadoras e sustentáveis. Nesse contexto, as algas marinhas, organismos marinhos de grande biodiversidade, emergem como aliadas estratégicas para a agricultura, despontando como um recurso de alto potencial para a produção de alimentos e a mitigação dos desafios ambientais.

Um relatório recente do Banco Mundial em colaboração com a The Nature Conservancy, organização global dedicada à preservação ambiental, evidencia a versatilidade das algas marinhas, destacando sua aplicação em diversas áreas, desde a produção de alimentos e rações até a criação de biomateriais e soluções médicas. “As algas oferecem uma gama promissora de oportunidades para enfrentar os nossos desafios globais mais urgentes”, afirma Gustavo Gonella, diretor de marketing da Acadian Plant Health (APH) para a América do Sul, reconhecendo o papel crucial desses organismos na construção de um futuro mais sustentável.

Entre as diversas aplicações das algas marinhas, o relatório destaca seu potencial como bioestimulantes, insumos naturais capazes de revolucionar a agricultura nos próximos anos. “Essa perspectiva demonstra que estamos no caminho certo, produzindo insumos naturais cada vez mais reconhecidos no mercado pela sustentabilidade e eficácia na agricultura”, complementa Gonella, ressaltando o crescente interesse no uso de soluções naturais para a produção agrícola.

Os bioestimulantes de algas marinhas atuam como agentes que mitigam os estressores abióticos, como a seca, o calor, o frio, o alagamento e a salinidade, fatores que se intensificam com as mudanças climáticas, colocando em risco a produtividade das culturas agrícolas. As condições climáticas extremas, cada vez mais frequentes, representam uma ameaça crescente à segurança alimentar global, tornando a busca por soluções para aumentar a resiliência das plantas uma prioridade.

“Como insumo complementar, nossos bioestimulantes podem ser combinados com a proteção tradicional de culturas ou fertilizantes para melhorar a resiliência das plantas e ajudar a regeneração de solos saudáveis”, destaca James Maude, vice-presidente sênior da Acadian Plant Health. A combinação de bioestimulantes de algas marinhas com práticas tradicionais de manejo agrícola abre caminho para um sistema de produção mais sustentável e resiliente, capaz de enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

Dentre as diversas espécies de algas marinhas com potencial para aplicação na agricultura, a Ascophyllum nodosum, matéria-prima dos produtos da APH, se destaca como um bioestimulante de alto desempenho. Essa alga, exclusiva de águas frias do Atlântico Norte, desenvolveu mecanismos de sobrevivência em condições extremas, adaptando-se a ambientes desafiadores com marés altas e baixas, temperaturas variáveis e salinidade. Essas características propiciaram o desenvolvimento de compostos bioativos que conferem à alga propriedades benéficas para o crescimento e desenvolvimento das plantas.

A Ascophyllum nodosum, devido à sua adaptabilidade e propriedades bioativas, se apresenta como uma solução promissora para a agricultura moderna. Sua aplicação como bioestimulante contribui para a saúde das plantas, aumenta a resiliência às condições climáticas adversas e promove a regeneração de solos, criando um ciclo virtuoso de produção e preservação ambiental.

Em suma, as algas marinhas se configuram como um recurso estratégico para a agricultura, oferecendo soluções inovadoras e sustentáveis para os desafios globais. O potencial das algas como bioestimulantes, aliado à sua versatilidade em diversas áreas, coloca esses organismos como aliados importantes na busca por um futuro mais sustentável, com produção de alimentos mais eficiente e segurança alimentar garantida para as próximas gerações.

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