Material acaba sendo fonte de renda sustentável para artesãos locais

A consciência sobre o impacto dos resíduos gerados sobre o meio ambiente motiva a busca por soluções. Soluções essas que integram a chamada gestão de resíduos nas empresas. E é com essa mentalidade que a Japan Tobacco Internacional (JTI) tem procurado por alternativas que diminuam o seu impacto ambiental. Entre essas iniciativas está a parceria com a Poiato Recicla, empresa pioneira em reciclagem de bitucas de cigarro, que desde junho de 2022 tem demonstrado bons frutos. Em 17 meses de parceria, os 115 coletores espalhados nos municípios de Santa Cruz do Sul (RS), Florianópolis (SC) e Brasília (DF) tiraram do meio ambiente mais de 970 mil bitucas de cigarro.

Além disso, o material – que é recolhido por meio de caixas coletoras próprias da Poiato – também contribui para projetos sociais. Depois de passar pelo processo de reciclagem, as bitucas são transformadas em massa de celulose que, nas mãos de artesãos, ganham forma e viram fonte de renda.

Para ampliar o número de entidades capacitadas a operar com o material, oficinas gratuitas fazem parte da parceria. Neste ano, elas já aconteceram em Santa Cruz do Sul (RS) e Florianópolis (SC), ensinando técnicas de manuseio da massa celulósica gerada por bitucas de cigarro para o desenvolvimento de artesanato. Entre abril e agosto, as oficinas capacitaram mais de 20 mulheres, além de 30 jovens estudantes. A professora Leila Prado Benevides, especializada em artesanato de papel reciclado, conta que a capacitação incluiu artesãs da associação ligada ao Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, de Campinas (SP). “Todas elas receberam o passo a passo para transformar massa em materiais reciclados, como decoração de cadernos e blocos de nota, caixas de embalagens, lápis decorados, semijoias, flores artificiais, entre outros”, destaca a oficineira.

Para Coretti La Cava Junior, diretor de ESG e Serviços Operacionais da JTI, a mudança de hábito no descarte dos resíduos de cigarro é importante e deve ser pautada no comprometimento de todos os setores da sociedade. “A destinação correta dos resíduos pós-consumo do cigarro é mais um elo da cadeia de sustentabilidade em que muitos aspectos devem ser observados. Empresas atentas ao futuro precisam investir não apenas no desenvolvimento de novos materiais, com consumo menor de energia e maior biodegradabilidade, mas também em envolver as demais partes interessadas para promoverem mudanças em toda a sua cadeia produtiva, desde a obtenção de matérias-primas até o refugo correto do produto”, afirma.

Os problemas gerados pelo descarte incorreto das bitucas só podem ser solucionados com a conscientização do público sobre o impacto ambiental do resíduo em ruas, praças, praias e rios. “O artesanato produzido por meio do reaproveitamento das bitucas de cigarro é um caminho inovador para o tratamento desse resíduo. Ao dar a destinação correta para as bitucas, transformando-as em material reciclado, promovemos a inclusão social e a geração de renda para artesãos locais”, completa Coretti.

Para além das oficinas, a JTI, em parceria com a Prefeitura de Florianópolis, promoveu entre março e abril, na Lagoa do Peri e na UDESC, uma campanha de conscientização e sensibilização sobre a necessidade de diminuir a quantidade de bitucas destinadas incorretamente e seus impactos para o meio ambiente. “Fumantes que jogam bitucas no chão ignoram os riscos de poluição da água e do solo, além de afetarem negativamente a imagem do local. Queremos contribuir para uma cidade mais limpa, com ações como essa que além de tudo fomenta a economia circular e o desenvolvimento econômico de famílias em situação de vulnerabilidade social”, avalia Coretti.

Parceria entre JTI e Poiato Recicla – linha do tempo

A parceria entre a JTI e a Poiato Recicla para o descarte correto e reciclagem das bitucas de cigarros foi anunciada em junho de 2022, durante a Semana do Meio Ambiente em Santa Cruz do Sul (RS). O projeto prevê a distribuição estratégica de pontos de coleta e a realização de campanhas de sensibilização e conscientização sobre o impacto negativo ao meio ambiente causado pelo descarte inadequado dos rejeitos de cigarro.

No segundo semestre de 2022, o projeto chegou à Florianópolis (SC), alinhado à meta da cidade de ser a capital mais sustentável do País ao atingir lixo zero até 2030. Em 2023 foi a vez de Brasília (DF) receber os coletores. Vinte e dois foram instalados no Pontão Lago Sul. Além disso, as unidades da JTI no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná contam como os pontos de coleta.

Com tecnologia 100% nacional e desenvolvida pela Universidade de Brasília (UnB), a Poiato Recicla iniciou suas atividades na cidade de Votorantim (SP), onde inaugurou a primeira usina de reciclagem de resíduos de cigarros do Brasil. O processo de logística inovador para coletar e transformar bitucas de cigarro em massa celulósica é certificado pela ISO14001. A operação da usina é 100% sustentável, com a utilização de captação de água de chuva, iluminação natural, desvio de aterro e tratamento de seu efluente.

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