Gerdau investe R$ 440 milhões em hidrelétricas no Mato Grosso, reforçando compromisso com energia limpa
A Gerdau, gigante do setor siderúrgico, anunciou a aquisição de duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no estado do Mato Grosso por aproximadamente R$ 440 milhões. As usinas, denominadas Garganta da Jararaca e Paranatinga II, possuem capacidade instalada de 29 megawatts (MW) cada, totalizando 58 MW de potência.
A transação foi realizada por meio das controladas Gerdau Aços Longos e Sul Renováveis, que adquiriram as empresas Rio do Sangue e Paranatinga Energia, anteriormente pertencentes à Atiaia Energia. O valor da compra está sujeito a ajustes conforme os níveis de caixa e dívida a serem apurados na data de fechamento, e o pagamento será efetuado à vista, com recursos próprios, após a aprovação das autoridades concorrenciais brasileiras.
Segundo comunicado da Gerdau, as PCHs fornecerão energia renovável para as unidades produtoras de aço da empresa no Brasil, em regime de autoprodução, correspondendo a aproximadamente 8% do consumo energético das operações no país.
Este movimento estratégico reforça o compromisso da Gerdau com práticas ambientais, sociais e de governança (ESG). Recentemente, a empresa foi reconhecida como líder setorial e única produtora de aço entre as 100 empresas mais bem posicionadas na 10ª edição do Ranking Merco Responsabilidade ESG, ocupando a 33ª posição geral.
A aquisição das hidrelétricas alinha-se à estratégia da Gerdau de investir em fontes de energia renovável, visando reduzir a pegada de carbono e promover a sustentabilidade em suas operações. A empresa já possui uma das menores médias de emissão de gases de efeito estufa no setor siderúrgico, com 0,86 toneladas de CO₂e por tonelada de aço produzida, aproximadamente metade da média global do setor.
No entanto, a compra das PCHs levanta questões sobre o impacto ambiental local e a viabilidade econômica do investimento. O valor de R$ 440 milhões, equivalente a cerca de R$ 7,5 milhões por MW instalado, pode ser considerado elevado, especialmente em um momento de crescente competitividade de outras fontes de energia renovável, como a solar e a eólica. Além disso, é crucial avaliar como a operação dessas usinas afetará as comunidades locais e os ecossistemas da região.
A Gerdau, ao ampliar sua participação na geração de energia renovável, busca não apenas atender às demandas energéticas de suas operações, mas também fortalecer sua posição no mercado como uma empresa comprometida com a sustentabilidade. Resta acompanhar como esses investimentos se traduzirão em benefícios concretos para a empresa, o meio ambiente e a sociedade.
