China amplia influência na Malásia com construção de maior usina hidrelétrica do país

A China consolidou sua presença no setor energético da Malásia ao concluir a maior usina hidrelétrica do país, reforçando a cooperação sino-malaia em projetos de energia sustentável. A usina, localizada no estado de Sarawak, na ilha de Bornéu, tem capacidade instalada de 1.285 megawatts e é operada pela Sarawak Energy Berhad, em parceria com empresas chinesas.

Este empreendimento é parte de uma série de iniciativas que visam fortalecer os laços entre os dois países, especialmente em áreas emergentes como desenvolvimento verde e economia digital. Além da hidrelétrica, a Edra Power Holdings, subsidiária da China General Nuclear Power Corporation, opera uma usina fotovoltaica de 260 acres em Kuala Ketil, no estado de Kedah, que iniciou suas operações comerciais em 2019, fornecendo energia limpa para o desenvolvimento econômico local.

No entanto, a expansão da influência chinesa no setor energético malaio não está isenta de controvérsias. Críticos apontam que a dependência de tecnologias e investimentos chineses pode levar a uma crescente influência política e econômica de Pequim na região, levantando questões sobre a soberania energética da Malásia.

Além disso, a construção de grandes projetos hidrelétricos frequentemente suscita preocupações ambientais e sociais, incluindo o deslocamento de comunidades locais e impactos nos ecossistemas. Embora as autoridades afirmem que medidas foram tomadas para mitigar esses efeitos, grupos ambientalistas e comunidades afetadas permanecem céticos quanto à real eficácia dessas ações.

A relação entre a Malásia e a China está em um momento de fortalecimento, com expectativas de que essa cooperação resulte em benefícios mútuos. No entanto, é crucial que os projetos sejam conduzidos com transparência e responsabilidade, garantindo que o desenvolvimento econômico não ocorra às custas do meio ambiente e do bem-estar das populações locais.