O assédio moral que adoece professores no Paraná: um alerta sobre a crise educacional
A educação pública no Paraná enfrenta uma crise sem precedentes, marcada por um cenário alarmante de assédio moral e deterioração das condições de trabalho dos professores. Relatos de profissionais adoecidos, salários defasados e a pressão constante para alcançar metas de desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) evidenciam o colapso de um sistema que há anos é negligenciado.
Desde 2015, os educadores do estado não têm reposição salarial com aumento real, o que compromete diretamente a qualidade de vida de milhares de docentes. “Estamos gritando por socorro”, desabafa um professor, que prefere não ser identificado. “Mais um ano letivo turbulento vai começar, e nos sentimos mais uma vez desamparados por tudo e por todos.”
Além disso, o ambiente escolar se tornou palco de uma pressão incessante. Professores e pedagogos convivem diariamente com salas de aula superlotadas, falta de infraestrutura e cobranças desproporcionais para manter as escolas no topo dos índices educacionais. Essa situação vem impactando não só a saúde física, mas também o bem-estar emocional desses profissionais.
Especialistas alertam que o assédio moral, caracterizado por cobranças abusivas e a desvalorização constante da categoria, tem efeitos devastadores. “O corpo docente está doente, e a sociedade precisa entender que a educação também adoece quando seus pilares, que são os professores, estão fragilizados”, afirma um representante sindical.
A precarização do setor educacional no Paraná não é um problema isolado. A falta de investimentos adequados, aliada à ausência de políticas públicas eficazes para valorização dos professores, expõe a fragilidade de um sistema que, em teoria, deveria ser o alicerce do desenvolvimento social e econômico.
Enquanto isso, o governo estadual parece ignorar os apelos da categoria. A defasagem salarial, que mal permite a manutenção de uma vida digna, se junta ao esgotamento emocional causado pela sobrecarga de trabalho e à falta de reconhecimento. Muitos professores relatam que a sensação de abandono é um dos maiores desafios que enfrentam no exercício da profissão.
Com o início de mais um ano letivo, o que deveria ser um momento de renovação e esperança se transforma em apreensão e incerteza. A luta por melhores condições de trabalho e salários dignos precisa ser colocada em pauta, sob pena de comprometer não apenas o presente, mas também o futuro da educação no Paraná.
Chegou a hora de a sociedade, pais e alunos se unirem à causa dos professores. Sem eles, não há aprendizado, e sem aprendizado, não há futuro. O grito de socorro precisa ser ouvido antes que seja tarde demais.