Ratinho Jr. ignora votação e impõe a força Parceiro da Escola em 82 colégios
Numa manobra controversa e que reforça o crescente desmonte da educação pública, o governador do Paraná, Ratinho Jr., decidiu avançar com o programa Parceiro da Escola, mesmo em colégios estaduais onde a proposta não obteve quórum suficiente na votação. A medida, que terceiriza a gestão das instituições de ensino para empresas privadas, será implementada em oitenta e dois colégios, apesar de apenas uma dezena de escolas terem manifestado apoio ao projeto.
O programa, que já é alvo de críticas por parte de educadores e especialistas, prevê o pagamento de oitocentos reais por aluno ao gestor privado, um salto significativo em comparação aos atuais oito reais gastos por estudante na rede pública estadual. Para muitos, a disparidade no investimento reforça a percepção de que a educação pública está sendo sucateada para beneficiar interesses empresariais.
Além disso, a insatisfação no setor educacional se agrava devido à ausência de reajuste salarial para professores há sete anos, enquanto recursos públicos são direcionados a empresas que assumirão a gestão das escolas. “Estamos vendo o dinheiro da educação ser transferido para empresários que desprezam os serviços públicos, enquanto quem está na linha de frente da educação permanece desvalorizado”, comentou um professor que preferiu não se identificar.
A sociedade paranaense, no entanto, parece alheia à profundidade das mudanças que estão sendo implementadas no sistema educacional. O impacto dessa privatização pode ser devastador a longo prazo, resultando na precarização do ensino público e no aumento das desigualdades educacionais.
Críticos alertam que a iniciativa do governo estadual não só compromete a qualidade do ensino, como também ameaça a essência da escola pública como espaço democrático e inclusivo. “Enquanto a população não enxergar as consequências dessas políticas, a destruição do ensino público seguirá avançando. E, quando acordarmos, pode ser tarde demais”, alertou um representante do sindicato dos professores.
A decisão unilateral do governador e a ausência de um diálogo transparente com a comunidade escolar evidenciam um cenário de autoritarismo na condução de políticas públicas educacionais. O que está em jogo não é apenas a gestão escolar, mas o futuro de uma geração inteira.