Privatização das escolas públicas no Paraná: o governo e o desespero diante da mobilização da comunidade
O governo Ratinho Junior (PSD), ao lado de seu Secretário de Educação, Roni Miranda, está enfrentando grande resistência popular contra o projeto de privatização da gestão das escolas públicas estaduais. O movimento Não Venda a Minha Escola tem ganhado força, reunindo pais, mães, responsáveis, professores e estudantes em uma luta unificada contra a mercantilização da educação.
Diante da crescente adesão ao movimento, a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte do Paraná (SEED-PR) está utilizando a estrutura dos Núcleos Regionais de Educação para pressionar as famílias. Relatos indicam que representantes dos Núcleos têm feito ligações para pais e responsáveis, tentando convencê-los a votar a favor do modelo de privatização, que beneficiará exclusivamente o setor empresarial.
A proposta do governo, que prevê o repasse de R$ 800,00 por aluno para empresas privadas, contrasta fortemente com o valor irrisório de R$ 8,00 mensais por aluno que atualmente é destinado às escolas públicas. Essa disparidade tem sido amplamente criticada pela comunidade escolar, que aponta para o descaso do governo com a valorização da educação pública e com a dignidade de seus profissionais.
Além disso, os professores e educadores do Paraná estão há quase uma década sem reajuste salarial. Desde 2015, a defasagem salarial já ultrapassa 40%, tornando ainda mais evidente a falta de compromisso do governo estadual com a valorização dos profissionais da educação.
Essa proposta de privatização, portanto, não só ignora as demandas históricas dos trabalhadores da educação, mas também ameaça a autonomia pedagógica das escolas, colocando em risco o futuro da educação pública no Paraná. A mobilização popular é uma prova de que a comunidade escolar está atenta e disposta a lutar pelo direito à educação de qualidade, sem ceder aos interesses privados que visam transformar a escola em uma mercadoria.
Enquanto o governo insiste em favorecer o setor empresarial, fica a pergunta: onde está a valorização da educação pública e de seus profissionais?
