Marcelo Senise: um mergulho polêmico nas estratégias do marketing político contemporâneo
O experiente publicitário Marcelo Senise, reconhecido como uma referência em Inteligência Artificial (IA) no Brasil, anunciou sua primeira obra literária, “A Delicada (ou Não) Arte da Desconstrução Política”. O livro promete ser uma provocação e um ponto de reflexão sobre a crescente utilização de tecnologia nas estratégias de marketing político, particularmente em um momento de intensas polarizações no cenário nacional.
Com 36 anos de carreira no mercado, Senise utiliza sua vasta experiência no campo da IA para discutir como o marketing político se reinventou com a ascensão das redes sociais e da capacidade de personalizar mensagens para atingir públicos específicos. O título da obra, que sugere a fusão de “delicadeza” e “desconstrução”, aponta para uma análise profunda sobre o impacto das novas ferramentas tecnológicas, como algoritmos e big data, na formação de narrativas políticas e no controle da opinião pública.
A “desconstrução” abordada no título não é mera retórica acadêmica, mas um conceito que se alinha ao processo de reconfiguração das mensagens políticas para manipular percepções e atitudes dos eleitores. Em uma era em que a informação circula de forma massiva e segmentada, a desconstrução da política — no sentido de desmontar discursos e criar novas realidades — se torna uma prática cada vez mais presente. Para Senise, o uso dessas ferramentas pode ser considerado legítimo, mas, sem dúvida, gerará controvérsias. Afinal, a linha entre estratégia de comunicação e manipulação da opinião pública nunca foi tão tênue.
O lançamento de “A Delicada (ou Não) Arte da Desconstrução Política” não poderia vir em momento mais propício. Em um cenário político altamente polarizado, onde a manipulação de dados e a microtargetização de mensagens têm sido fundamentais para o sucesso de campanhas eleitorais, a obra promete não só discutir as técnicas utilizadas, mas também abrir um espaço para o debate ético sobre os limites do marketing político moderno. A abordagem de Senise é clara: estamos vivendo uma transformação sem precedentes, onde o marketing político não apenas informa, mas redefine a própria política.
Em uma conversa com a imprensa, o autor afirmou que a obra será um “guia prático e reflexivo” para profissionais da área e para qualquer pessoa interessada em entender o papel crescente da IA na comunicação política. “A inteligência artificial não é mais uma promessa futura, ela já é uma realidade que modela nossa percepção do mundo e, consequentemente, nossa democracia”, declarou Senise. Em um Brasil em que as fake news são uma constante e as campanhas eleitorais se baseiam em dados minuciosos sobre o comportamento dos eleitores, a obra também se propõe a questionar a ética por trás de tantas inovações.
O livro, previsto para ser lançado no final de março, promete ser um marco no debate sobre as estratégias de comunicação política, mas também um divisor de águas nas discussões sobre os limites da manipulação de massas. Se por um lado o marketing político se beneficia de ferramentas poderosas como a IA, por outro, o risco de exacerbar a polarização e distorcer a verdade é cada vez maior. Neste contexto, a “desconstrução” que Senise propõe pode ser tanto uma ferramenta de transformação quanto um instrumento de controvérsia.
A obra já começa a gerar reações, com defensores que veem nela uma oportunidade de entender melhor o papel da tecnologia nas campanhas e críticos que apontam para o perigo de se legitimar práticas que podem comprometer ainda mais a confiança pública nas instituições democráticas. A pergunta que fica no ar é: estamos prontos para lidar com o marketing político do futuro, ou ele já chegou de forma irreversível?