Inadimplência empresarial: índice de recuperação de crédito registra segunda menor taxa do ano, aponta Serasa

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A taxa de recuperação de crédito entre empresas inadimplentes apresentou um dos piores desempenhos de 2023, de acordo com o Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian. Em junho, apenas 39,3% dos débitos negativados foram pagos ou renegociados em até 60 dias, valor considerado baixo frente a outros períodos do ano.

Embora a média nacional tenha ficado abaixo de 40%, o desempenho regional trouxe contrastes significativos. O Nordeste liderou com um índice de recuperação de 51,4%, seguido de perto pelo Norte, com 48,4%. Já as regiões Sul (40,6%) e Centro-Oeste (40,4%) ficaram mais próximas da média nacional, enquanto o Sudeste amargou o menor índice, com apenas 34,1%.

O levantamento reflete um cenário de pressão financeira crescente sobre empresas, que enfrentam dificuldades de manter adimplência em meio a juros elevados e retração econômica. Especialistas destacam que a recuperação de crédito é um termômetro crucial para avaliar a saúde financeira dos negócios no Brasil, e os dados acendem um alerta para setores mais impactados pela crise, sobretudo nas regiões com índices mais baixos.

Regiões lideram contraste nacional

O desempenho expressivo do Nordeste e do Norte pode ser atribuído a fatores locais, como maior agilidade em renegociações ou políticas de crédito regionais mais acessíveis. No entanto, o Sudeste, que concentra boa parte da atividade econômica do país, registrou o pior resultado, sugerindo maior dificuldade estrutural em honrar compromissos financeiros na região mais industrializada do Brasil.

Essa diferença de desempenho regional reforça a necessidade de medidas específicas para combater o endividamento empresarial, especialmente em grandes centros econômicos. A dificuldade de recuperação no Sudeste pode ter impacto direto na cadeia produtiva nacional, já que a região responde por uma parte significativa do PIB.

Riscos para a economia

A taxa baixa de recuperação de crédito representa um desafio adicional para bancos, credores e investidores. Sem a retomada de uma adimplência mais robusta, o risco de restrição ao crédito pode aumentar, dificultando ainda mais o fluxo de caixa para pequenas e médias empresas.

Enquanto isso, as perspectivas de crescimento econômico continuam incertas, exigindo esforços conjuntos entre governo, bancos e empresas para fomentar renegociações e criar condições mais favoráveis para a regularização de débitos.

Os dados reforçam a complexidade do cenário econômico brasileiro e a necessidade de atenção especial às diferentes realidades regionais. Com uma possível desaceleração da economia global, o Brasil precisará de estratégias mais assertivas para evitar um agravamento das taxas de inadimplência empresarial.


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