Deputado Bacelar acusa Bolsonaro de “traidor da pátria” e denuncia golpismo na CCJ
Em um discurso incisivo e carregado de indignação, o deputado federal Bacelar (PV/BA), vice-líder do Governo, classificou o ex-presidente Jair Bolsonaro como “traidor da pátria” durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na tarde desta terça-feira (26). O pronunciamento ocorre na esteira das revelações do inquérito da Polícia Federal que desvendou uma conspiração para a execução de um golpe de Estado no Brasil.
O parlamentar não poupou palavras para condenar as tentativas de subversão da democracia brasileira, apontando o episódio como um dos mais “sombrios” da história recente do país. “Essa tentativa não pode ser tratada com nenhum grau de relativização ou complacência. O Brasil, que tanto lutou para superar os períodos de autoritarismo, não pode de forma alguma tolerar qualquer ameaça ao estado democrático de direito”, declarou Bacelar, enfatizando a gravidade do caso.
Inquérito Revela Trama Golpista
As declarações de Bacelar repercutem os avanços da investigação da Polícia Federal, que trouxe à tona um plano detalhado de rupturas institucionais arquitetado por aliados de Bolsonaro. O ex-presidente, que já vinha sendo investigado por outros supostos delitos, enfrenta agora uma acusação que expõe diretamente sua relação com agentes interessados em usurpar o poder democraticamente eleito.
Documentos sigilosos analisados pela PF e relatos de participantes do esquema indicam articulações que iam desde a mobilização de militares até estratégias para descredibilizar instituições como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Reação do Congresso e a Luta pela Preservação Democrática
Durante a sessão, Bacelar reforçou a necessidade de manter vigilância contra retrocessos. “Não há justificativa, nem pretexto ou narrativa que possa suavizar a gravidade do que foi tramado”, afirmou o deputado, destacando que o caso exige punição exemplar como forma de preservar o Estado Democrático de Direito.
Outros parlamentares presentes na CCJ também expressaram preocupação com os desdobramentos do episódio. Para analistas, o discurso de Bacelar é uma tentativa de reforçar o comprometimento do governo federal em combater qualquer movimento antidemocrático, enquanto o Legislativo discute possíveis alterações nas leis que tratam de crimes contra a ordem constitucional.
Clamor por Justiça e Responsabilização
O uso do termo “traidor da pátria” intensifica o tom das críticas a Bolsonaro e ecoa a indignação de parte da sociedade brasileira com a impunidade percebida em episódios semelhantes no passado. A investigação da PF pode ser o divisor de águas na responsabilização de atores políticos que colocaram a democracia em risco.
Com o cenário político tensionado, cresce a pressão para que as instituições ajam de forma decisiva, protegendo os avanços democráticos alcançados desde o fim da ditadura militar. Bacelar deixou claro que o Brasil não pode “tolerar qualquer grau de ameaça” à estabilidade política conquistada a duras penas, marcando um posicionamento firme contra a impunidade e em defesa do regime democrático.
