Uso de fitase na alimentação de aves potencializa absorção de fósforo e minerais essenciais

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A alimentação de aves tem se mostrado um dos maiores desafios na indústria de proteínas animais, especialmente quando se trata da absorção eficiente de fósforo. Este mineral, fundamental para o desenvolvimento ósseo e a produção de ovos, tem sua biodisponibilidade limitada nas fontes vegetais, frequentemente complexado com fitato, uma substância difícil de ser digerida pelas aves. O avanço de estudos e tecnologias tem mostrado, no entanto, que a inclusão da fitase nas dietas avícolas pode ser a chave para solucionar esse problema.

O fósforo presente em alimentos vegetais, como farelo de soja e milho, está atrelado a moléculas de fitato, uma forma de fósforo que, ao ser ingerida, não é eficientemente absorvida pelas aves, uma vez que elas carecem das enzimas necessárias para quebrar esse composto. Essa limitação resulta em desperdício nutricional e, muitas vezes, aumenta o custo das dietas, já que mais fósforo precisa ser adicionado para garantir a oferta adequada do mineral. A introdução da fitase, uma enzima que quebra o fitato e libera o fósforo, tem se mostrado eficaz para melhorar a biodisponibilidade deste nutriente essencial.

“Uma das principais vantagens do uso da fitase é que ela permite que as aves utilizem melhor o fósforo proveniente de fontes vegetais. Essa otimização reduz a necessidade de aditivos sintéticos e, consequentemente, diminui o custo das rações”, explica Fabio Zotesso, especialista da Auster Nutrição Animal. De acordo com Zotesso, o impacto da fitase vai além do fósforo, favorecendo também a absorção de outros minerais importantes, como cálcio e magnésio, o que contribui para um melhor equilíbrio mineral e, por consequência, para a saúde e desempenho das aves.

Além de benefícios nutricionais, o uso da fitase também tem implicações ambientais. Com a diminuição do desperdício de fósforo e a redução da necessidade de suplementos minerais, a tecnologia contribui para a sustentabilidade da produção avícola. O excesso de fósforo nos dejetos das aves é um problema ambiental crescente, pois pode levar à poluição da água e dos solos. Assim, ao melhorar a utilização desse mineral pelas aves, a fitase ajuda a minimizar esse impacto.

Apesar dos avanços, a adoção da fitase ainda enfrenta desafios, especialmente no que diz respeito à uniformidade e à dose ideal para diferentes tipos de dietas e faixas etárias das aves. No entanto, com o desenvolvimento contínuo de enzimas mais eficazes e específicas, as perspectivas são positivas para que a fitase se torne uma ferramenta indispensável na formulação de rações para aves.

Com o mercado cada vez mais exigente em relação à produtividade e sustentabilidade, a pesquisa sobre a inclusão da fitase na alimentação avícola ganha relevância, sendo uma solução promissora para otimizar a conversão alimentar, reduzir custos e melhorar a saúde dos animais, atendendo às necessidades de um setor em constante evolução.


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