Lula rompe o silêncio sobre plano golpista: “tenho que agradecer por estar vivo”

Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou pela primeira vez, nesta quinta-feira, a descoberta de um plano golpista que, segundo a Polícia Federal, envolvia militares do Exército em uma conspiração para assassiná-lo, além do vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A revelação veio à tona nesta semana, gerando forte repercussão no cenário político.

— Eu sou um cara que tenho que agradecer muito mais porque eu estou vivo. A tentativa de me envenenar, eu e o Alckmin, não deu certo, nós estamos aqui — afirmou Lula durante evento no Palácio do Planalto, que tratava da concessão de rodovias.

A operação da Polícia Federal revelou detalhes preocupantes: um grupo de militares teria articulado a ação golpista, incluindo métodos para envenenar autoridades e desestabilizar a democracia. A investigação encontrou indícios robustos de planejamento avançado, o que acendeu um alerta em Brasília sobre possíveis células antidemocráticas ainda em atividade dentro das Forças Armadas.

Impacto político e reações

A fala de Lula ocorre em um momento de crescente tensão entre o governo e setores militares. Embora a maior parte da cúpula do Exército se esforce para preservar a imagem da instituição e garantir a adesão à legalidade democrática, o episódio lança uma sombra sobre a relação entre o Palácio do Planalto e os quartéis.

O ministro Alexandre de Moraes, também apontado como alvo do plano, não se pronunciou oficialmente até o momento, mas fontes próximas afirmam que ele recebeu reforço em sua segurança. Geraldo Alckmin, por sua vez, destacou que confia na apuração das autoridades e afirmou que “atentar contra a democracia é atentar contra o Brasil”.

Investigação avança

A Polícia Federal segue investigando a extensão da conspiração, com foco em identificar os mentores intelectuais e cúmplices dentro e fora das Forças Armadas. Especialistas acreditam que o caso pode desencadear uma revisão mais ampla das práticas de segurança envolvendo autoridades e instituições do Estado.

A revelação também reacendeu debates sobre o papel de militares em governos civis e a necessidade de reformas estruturais para garantir que as Forças Armadas estejam alinhadas aos princípios constitucionais.

Democracia sob pressão

O plano golpista vem à tona pouco menos de um ano após a posse de Lula, em um contexto já marcado pelos ataques de 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes, realizados por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Analistas apontam que episódios como esse reforçam a urgência de medidas que fortaleçam a democracia e combatam a radicalização política no país.

Para Lula, o episódio parece ter reforçado sua determinação em consolidar a governabilidade:

— Nós vamos continuar trabalhando para que o Brasil não volte a viver os tempos sombrios que muitos tentaram impor.

A sociedade brasileira, por sua vez, aguarda respostas e ações contundentes para impedir que ameaças como essa voltem a ocorrer.


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