Pesquisa aponta desafios cruciais na gestão educacional brasileira
Uma pesquisa inédita revelou os desafios prementes enfrentados pela gestão educacional no Brasil. Conduzido pelo GEduc, o principal Congresso de Gestão Educacional do país, promovido pela HUMUS, o estudo contou com a participação de líderes de instituições de ensino, destacando questões como saúde mental, uso estratégico da Inteligência Artificial (IA) e a batalha pela sobrevivência no competitivo mercado educacional.
O Indicador GEduc, baseado em entrevistas com 116 líderes educacionais, abrangendo tanto a Educação Básica quanto o Ensino Superior, ressaltou áreas que demandam aprimoramento na gestão educacional brasileira. Entre elas, destacam-se a necessidade de uma melhor utilização da IA, a implementação de políticas estruturadas de saúde mental e a luta contra a competitividade exacerbada.
O aspecto da saúde mental desperta especial preocupação, com 40,2% dos entrevistados admitindo a ausência de políticas estruturadas para lidar com essa questão entre professores e alunos. Esse dado ressalta a urgência de se abordar não apenas as dimensões emocionais individuais, mas também os aspectos ambientais que impactam o bem-estar mental dentro das instituições de ensino.
Durante o GEduc, o psicoterapeuta Leo Fraiman ressaltou a interconexão entre saúde mental, competências socioemocionais e projetos de vida, destacando a importância de promover um ambiente escolar mais acolhedor e empático.
Além disso, a pesquisa revelou que a maioria dos gestores educacionais não está utilizando a IA de forma direcionada, apontando para a necessidade de investimentos nessa área. A falta de parcerias entre instituições de Ensino Básico e Superior também foi destacada, com apenas uma pequena parcela das escolas estabelecendo colaborações para obter melhores resultados acadêmicos.
Por outro lado, a pesquisa indicou que a maioria das instituições está utilizando dados para orientar suas práticas pedagógicas e curriculares, além de estruturar programas para educação especial e inclusiva.
A “guerra do ticket”, representando a pressão competitiva no mercado educacional, também foi mencionada, com 45,3% das instituições se sentindo ameaçadas pela concentração de grandes grupos no setor.
O GEduc 2024, que reuniu mais de 1.366 congressistas e 67 empresas expositoras, foi palco de debates e reflexões sobre os principais desafios enfrentados pelas instituições de ensino no Brasil. Com palestras de renomados especialistas e a participação de líderes do setor, o evento destacou a importância de buscar soluções para as questões cruciais da gestão educacional, abrindo caminho para um ensino mais inclusivo e de qualidade.
