Heleno ficou “atômico” com recusa em apoio e golpe de Estado, diz ex-comandante da Aeronáutica à PF
Em depoimento à Polícia Federal, o ex-comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, afirmou que o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, ficou “atômico” ao saber da recusa do então comandante do Exército, general Edson Pujol, em apoiar um golpe de Estado.
De acordo com Baptista Júnior, Heleno teria dito que “se Pujol não apoiasse, ele daria um jeito de tirá-lo do caminho”. O depoimento do ex-comandante da Aeronáutica foi prestado no âmbito do inquérito que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado por parte do presidente Jair Bolsonaro.
A declaração de Heleno, se confirmada, reforça a suspeita de que o governo Bolsonaro estaria disposto a usar a força para se manter no poder. O general Heleno é um dos principais aliados do presidente e é considerado um dos responsáveis pela radicalização do governo.
A recusa do general Pujol em apoiar um golpe de Estado foi um duro golpe para Bolsonaro e seus apoiadores. Pujol é um militar respeitado e sua decisão de não se envolver em uma aventura golpista foi um sinal claro de que o Exército não estava disposto a seguir o presidente em uma ruptura institucional.
O depoimento do ex-comandante da Aeronáutica é mais uma peça importante no quebra-cabeça da investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado. A Polícia Federal já ouviu diversos depoimentos e apreendeu documentos que podem comprovar a existência de um plano para derrubar o governo eleito.
Se as investigações confirmarem as suspeitas, Bolsonaro e seus aliados poderão ser responsabilizados por crime de conspiração e tentativa de golpe de Estado. O crime de conspiração é previsto no Código Penal e prevê pena de até quatro anos de prisão. Já o crime de tentativa de golpe de Estado é definido pela Lei de Segurança Nacional e prevê pena de até 15 anos de prisão.
A investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado é um dos casos mais importantes da história recente do Brasil. O resultado das investigações poderá ter um impacto profundo na democracia brasileira e no futuro do país.