Walewska e a perda da luta pela vida para um inimigo silencioso – A depressão

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Por Andréa Ladislau

Um inacreditável fim de partida, revelou na última semana, o que nem os amigos mais próximos da medalhista de ouro e bronze nas Olímpiadas, Walewska, poderiam imaginar: a morte da atleta, motivada por hipótese de suicídio.

Após uma declaração de amor e dor, feita, por vídeo, pela apresentadora e amiga Glenda Kozlowski, fica clara a surpresa em descobrir que a mineira de 43 anos, estaria sofrendo dessa comorbidade.

Problema esse que, infelizmente, muitos ainda confundem com desânimo, preguiça, desinteresse, problema espiritual, entre outros.

Relatos dão conta de que a campeã olímpica enfrentava a dor de um processo de separação, o que pode ter culminado em um luto romântico que pode ter estimulado a depressão, apesar de amigos declararem que, a amiga não dava nenhum sinal de que vivia episódios depressivos, por ser sempre alegre e espirituosa. Um verdadeiro choque, pois muitas pessoas convivem com a depressão sem saber ao certo o que se passa.

Outros não falam sobre o que sentem por medo dos julgamentos. Tanto que, confundir os sinais e sintomas, faz parte de uma sociedade que ainda se esquiva da busca pelo autoconhecimento, capaz de desmistificar a doença e favorecer uma vida mais equilibrada e saudável para quem se depara com os efeitos nocivos provocados por essa dor emocional.

Mas como identificar os sinais da depressão? a intensidade e frequência com que se sente desanimado, estagnado e sem ânimo, são os fatores principais para identificar que algo está errado.

Essa sensação de apatia de forma contínua, por um longo período, sem qualquer motivo aparente, não é normal e pode ser indicativo de depressão sim.

Além disso, a falta de dopamina, um neurotransmissor ligado à sensação de prazer, pode estar em baixa produção no organismo. A sensação de que tudo parece monótono e exaustivo, pode levar à necessidade de isolamento, uma falta de alegria, excesso de pensamentos negativos, vontade de permanecer na cama e um constante desalento. Ou seja, tudo se torna um grande desafio.

Os principais sinais são: sentir-se culpado por estar desanimado, enquanto os outros parecem normais; mal levantou da cama e já quer voltar para ela; começa a descuidar da sua aparência ou não se importar mais com a alimentação adequada; O bom humor das pessoas parece não fazer sentido e pode causar até irritação; tem vontade de abandonar objetivos que antes eram motivo de alegria; perde rapidamente o foco e a concentração, o que traz um sentimento de inutilidade; o cansaço físico e psicológico são tão grandes que se questiona se não está doente de outra coisa; tem visto ou se comunicado cada vez menos com pessoas que foram sempre importantes na sua vida; e se for confrontado com qualquer problema que precisa resolver, começa a pensar que gostaria “de sumir”, para não ter que lidar com tal situação.

Porém, é importante frisar que a depressão é tratável e sem auxílio psicológico e psiquiátrico, fica mais difícil encarar todos esses sintomas, independente do que se está vivendo, seja um luto romântico ou qualquer outro desafio. Só através da aceitação de nossos altos e baixos, podemos encontrar ferramentas para reconstruir o equilíbrio e evitar ideações suicidas, provocadas pela depressão.

Portanto, a triste partida de Walewska reforça a necessidade de se falar mais sobre o tema. É preciso estar claro que ter depressão não é estar tristinho, é estar doente. Depressão é coisa séria e se não tratada pode levar a consequências irreversíveis.

Por isso é fundamental, prestar atenção em como reagimos às nossas necessidades e emoções, fingir que elas não estão ali só vai deixá-las mais intensas e provocar adoecimento físico e emocional.

Dra. Andréa Ladislau / Psicanalista


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