Pneumologista esclarece fatores de risco para a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)

A female doctor at the clinic performs auscultation of the lungs of a patient with symptoms of coronavirus or pneumonia.

A female doctor at the clinic performs auscultation of the lungs of a patient with symptoms of coronavirus or pneumonia.

Responsável por atingir cerca de 6 milhões de brasileiros, a enfermidade é subdiagnosticada no país, mas médica explica que pode ser facilmente identificada por meio da espirometria

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) atinge cerca de 210 milhões de pessoas em todo o mundo. Já no Brasil, a enfermidade acomete cerca de 6 milhões de indivíduos, com apenas 12% recebendo diagnóstico.

“Apesar de não ter cura, a DPOC pode ser tratada e controlada desde que o paciente consiga aderir ao tratamento prescrito pelo médico”, informa a pneumologista Fernanda Miranda (CRM GO 6818), professora na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás e presidente da Sociedade de Pneumologia e Tisiologia de Goiânia.

Para auxiliar os pacientes a entenderem melhor essa doença respiratória, a Dra. Fernanda elenca os principais pontos sobre a DPOC.

A doença:

De acordo com a pneumologista, “trata-se de uma doença pulmonar progressiva, ou seja, que piora com o tempo, caracterizada pela obstrução das vias aéreas, responsável por comprometer a saúde e a qualidade de vida de quem convive com DPOC”. “Suas características mais comuns são a obstrução dos brônquios e destruição dos alvéolos, que limitam o fluxo de ar pelo pulmão, podendo ser caracterizada como bronquite crônica ou enfisema pulmonar – enfermidades que fazem parte da DPOC”, afirma Miranda.

Fatores de risco:

Causada principalmente pelo tabagismo, em função dos efeitos da fumaça de cigarro nos pulmões, a médica ressalta que a DPOC também pode ser associada à exposição de outras substâncias tóxicas1, “como poeira ou produtos químicos, e ainda à combustão de biomassa (fogões a lenha), que provocam alterações progressivas na estrutura e função do pulmão”.

Incidência:

Acomete principalmente indivíduos após os 40 anos de idade e com histórico de tabagismo ou outras exposições nocivas. No Brasil, cerca de 6 milhões de pessoas convivem com a DPOC e, em 2020, as doenças do aparelho respiratório (CID-10) foram responsáveis por 148.773 óbitos, ficando acima das mortes por causas externas (acidentes e violências) e abaixo das doenças do aparelho circulatório, doenças infecto-parasitárias e neoplasias, segundo informações do Sistema de Informação de Mortalidade do DATASUS.

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Sintomas:

Entre os principais sintomas da DPOC, estão a dispneia: falta de ar aos esforços que pode progredir até para atividades simples do dia a dia, como tomar banho; e a tosse crônica: geralmente produtiva, com expectoração de muco ou catarro. “Também é muito comum o chiado no peito, que se apresenta como um som agudo ou sibilante ao respirar, além da sensação de aperto, desconforto ou opressão no peito e sensação de que o ar não está fluindo adequadamente durante a respiração”, diz a pneumologista.

Diagnóstico:

Com apenas metade dos casos de doenças crônicas identificados em todo o mundo, o que inclui DPOC, aproximadamente 1 em cada 10 pessoas com condições crônicas é tratada com êxito5. “Entre as razões para esta subnotificação está o fato de que fumantes não costumam valorizar seus sintomas, pois acham ‘normal’ apresentar cansaço aos esforços ou ter tosse e secreção, principalmente no período da manhã. No entanto, estes já são sintomas da doença e devem ser cuidadosamente avaliados por um pneumologista, visto que o diagnóstico envolve uma avaliação médica completa, incluindo histórico clínico, exame físico e exames complementares, sendo a espirometria o mais importante para identificar e monitorar a DPOC.”, destaca Miranda.

A pneumologista explica que a espirometria consiste em um teste de função pulmonar que mede o volume de ar que uma pessoa pode inalar e exalar, bem como a velocidade com que o ar é expelido dos pulmões. Durante o exame, o paciente sopra em um aparelho chamado espirômetro, que registra os volumes e fluxos de ar. A espirometria fornece informações sobre a função pulmonar, como a capacidade vital forçada (CVF) e o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1). Com base nesses parâmetros, é possível avaliar a presença e a gravidade da obstrução das vias aéreas, o que auxilia no diagnóstico da DPOC.

“Esse exame será solicitado ao paciente em casos de suspeita da doença e com base em sintomas apresentados pelo paciente. Pessoas com fatores de risco, como fumantes, ex-fumantes, pacientes com tosse crônica ou dispneia inexplicada devem realizar uma vez por ano. No Brasil, a espirometria está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para a população, sendo oferecida em centros de saúde, hospitais e clínicas conveniadas ao setor público”, ressalta.

Segundo a pneumologista, os principais métodos de diagnóstico também incluem:

Radiografia de tórax: ajuda a excluir outras condições pulmonares e a identificar possíveis complicações.
Testes de função pulmonar: além da espirometria, outros testes podem ser realizados para avaliar a função dos pulmões e a gravidade da obstrução das vias aéreas.
Exames de sangue: podem ser solicitados para verificar a dosagem de alfa-1 antitripsina (uma proteína envolvida na proteção dos pulmões).


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