Da África do Sul à Seleção Brasileira: Rugby colhe os primeiros frutos da Bolsa Michel Etlin

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João Amaral e Gustavo Sirino foram os beneficiários de 2023 da Bolsa Michel Etlin, da Confederação Brasileira de Rugby e mantida por um grupo de empresários amantes da modalidade

A convocação da Seleção Brasileira Masculina de Rugby XV, os Tupis, para o campeonato Sul-Americano que começou sábado (19), conta com dois jovens talentos promovidos da seleção juvenil e com passagens importantes pelas seleções paulistas juvenis. João Amaral, de 19 anos, atleta do SPAC, da capital paulista, e Gustavo Sirino, de 19 anos, do Ilhabela, foram relacionados para o grupo de 28 atletas que estão viajando ao Paraguai e já se mostram como primeiros frutos do novo momento da Bolsa Michel Etlin. Os dois atletas estudaram, treinaram e jogaram na África do Sul, entre fevereiro e maio de 2023 como beneficiários do programa que a Confederação Brasileira de Rugby retomou neste ano, com o fim da pandemia.

A África do Sul é a atual campeã da Copa do Mundo de Rugby, liderando o ranking histórico da competição com três conquistas. Com tanta história no esporte, estudar no país é uma oportunidade cobiçada por jogadores de rugby do mundo inteiro. Com o intuito de seguir estimulando o desenvolvimento de jovens talentos para o rugby, a Bolsa Michel Etlin contemplou três jogadores para passarem cinco meses no país (entre eles, Amaral e Sirino), estudando inglês e treinando rugby em alto nível. O destino escolhido foi a Stellenbosch Academy of Sport, parceira da South Africa Rugby (a Federação Sul-Africana) e referência mundial em rugby, localizada numa das cidades mais tradicionais para o esporte no país, Stellenbosch.

Gustavo Sirino conta como foi a experiência em Stellenbosch. “Foram 5 meses bem duros de muito treino. Os primeiros meses foram bem difíceis para mim, pois não estava na mesma pegada dos outros atletas. Nós fazíamos três treinos físicos na semana em um nível muito acima. Era o tempo todo de intensidade. Foi incrível a experiência, já estou com saudade e destaco também a tradição deles com o rugby, além da experiência e comunicação com os atletas de fora. Outra coisa que eu achei muito legal, é que a cidade respira rugby. Nos restaurantes, por exemplo, todas as televisões mostravam algo de rugby.”

Já João Amaral exaltou que “treinar em alto nível com a seleção e ter ido à África do Sul me tornou um atleta melhor e vivo um momento muito especial. Estou muito mais preparado para defender os Tupis agora”.

A bolsa de estudos homenageia o empresário Michel Etlin, falecido em 2021 e pai de Jean-Marc Etlin, um dos mantenedores da bolsa e ex-membro do Conselho de Administração da entidade. “O rugby foi um componente fundamental da minha formação pessoal e do meu irmão Patrice. Incentivados por nosso pai, nos desenvolvemos no esporte e queremos levar isso adiante e oferecer oportunidades junto ao rugby a jovens comprometidos com a modalidade. Conseguimos juntar mais apaixonados na mesma missão e com os mesmos valores e, felizmente, a bolsa está construindo uma história inspiradora”, comentou Jean-Marc Etlin, que também é um dos idealizadores da Confederação Brasileira de Rugby e jogador da Seleção Brasileira nos anos 80. A bolsa é oferecida anualmente e financiada por um grupo de ex-jogadores, entusiastas da modalidade. Além de Jean Marc Etlin, compõem o grupo de mantenedores Eduardo Mufarej, Patrice Etlin e Roberto Germanos.

O processo seletivo avaliou, além do rendimento e qualidade em campo, o potencial do atleta de deixar legado às seleções nacionais e ao rugby brasileiro de clubes, o bom desempenho desses atletas nos estudos, avaliação de familiares, questões psicológicas, entre outros quesitos. Um novo grupo de atletas será em breve selecionado para novo estágio em 2024.


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