Professores de um lado, diretores e alunos de outro: estratégias da ditadura começa a aparecer nas escolas do Paraná

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O modelo que a Secretária de Educação e do Esporte está tentando implantar no Paraná, está na contramão da história, por todo lado em que circula, o comentário é que a educação no Paraná é a melhor do Brasil, sendo comparada com a Finlândia, uma das melhores do mundo, desde ano de 2000.

Na gestão passada, o ex-secretário Renato Feder, que ocupava a pasta, em suas declarações rasgava o verbo e dizia que o modelo que seria implantado no Paraná, seria o mesmo que deu destaque para a Finlândia no cenário mundial, ledo engano.

Mais um equívoco do ex-secretário. O Paraná nem se compara com o sistema implantado naquele país, que foi amadurecido e já tem mais 100 anos da sua instalação e foi aperfeiçoado com o tempo. O modelo de educação da Finlândia, começou a ser construída em 1921.

O ensino básico é mais curto que a do Brasil, tem início dos 7 aos 15 anos, onde concluem a educação básica que é em tempo integral. Esse ciclo é obrigatório e mais curto que no Brasil. Outro detalhe, as escolas privadas são gratuitas e financiadas pelo governo, bem diferente das daqui.

Por outro lado, os profissionais que se dedicam a educação são bem renumerados e tem a seu favor a autonomia sobre o cotidiano escolar sem a interferência do estado e o que é mais importante, os professores não são assediados moralmente.

Como chegar ao nível escolar da Finlândia? É necessário que os governantes encarem com seriedade os desafios impostos pela modernidade e que priorizem a educação e que sejam capazes de romper barreiras e encarara-los como algo prioritário; da mesma forma que aconteceu com o Japão no fim da segunda guerra mundial e no ano 2000 com a Finlândia.
Quem resolver pesquisar a situação do país oriental após a guerra vai descobrir que o mesmo, ficou destruído e foi preciso reconstruir um país que foi devastado.

Seguindo o exemplo, o governo daquele local, investiu tudo na educação. Nos anos 90, época em que o Japão atraiu a atenção do mundo pela sua economia, foi dado a oportunidade de descendentes brasileiros voltar aquelas terras como mão de obra.

A situação na educação pública, é preciso ter sensibilidade e coragem de caminhar a passos longos com bons panejamentos, para tirar a grande maioria da escuridão e da ignorância e parar com a perseguição aos educadores. Essa ideia de alguns diretores de colocar alunos monitores para vigiar os professores, é preciso ter fim. A direção tem que enxergar em cada professor, um aliado. Trabalhar em conjunto, não custa.

Num ambiente saudável, onde cada pessoa vai se sentir acolhida, vai ser mais fácil ensinar as futuras gerações. Da forma em que se encontra a educação, o estado não vai avançar no processo educacional e conquistar novamente o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). Podem até querer fraudá-lo novamente. Mas os avaliadores, com certeza, vão ter um olhar mais atento na hora de escolher o estado mais avançado na educação brasileira.

Enquanto no Brasil, o maior salário de um professor, ainda no ano passado, era pago no distrito federal, de R$ 5.167,64 e o Paraná, que é o melhor estado da região sul em desenvolvimento, paga para um professor o salário de R$ 3.049, 56. Olha que foi o vencedor do último Ideb.
Juntando a falta de respeito pelos educadores, que a cada dia sente na pele o desprezo da classe governante, onde os acordos da classe política e a privatização de setores como a educação acabam valendo bem mais que a valorização e o trabalho em sala de aula.

A cada dia, a sociedade paranaense é testemunha do sofrimento daqueles que resolveram se dedicar ao magistério, com um salário baixo, muito distante do que ganha um professor na Finlândia (naquele país o salário é de €7.183, convertido em real o valor é de R$ 38.931,86.)

Como o Paraná vai ter uma educação comparada com a Finlândia se negando a valorização do professor e tirando a autoridade em sala de aula?
O resultado da política adotada pela maioria dos governantes que prega o neoliberalismo, é daí para a pior. Querem acabar com a oferta da educação pública para os pobres. Povo sem instrução fica mais fácil de ser dominado.

PERSEGUIÇÃO

Com a nova onda que está se abatendo sobre os educadores, as unidades escolares do Paraná estão entrando em guerra, não basta o governo do Paraná, não valorizar os profissionais da forma correta, agora alguns diretores estão colocando alunos monitores para vigiar os professores, da mesma forma que os militares agiam para perseguir os seus opositores.

Os professores estão sendo destratados e perdendo a autoridade em sala de aula, a maioria estão depressivo e alguns desenvolvendo outros males, resultados de uma política que quer resultado a qualquer custo e que não valorizam a mão de obra qualificada de um educador.

A atual gestão da Secretária de Educação e do Esporte, pressiona o diretor, que não tem outra saída e acaba aliciando alunos para servirem de agentes de espionagem e dedo duro.

Uma dura realidade que está deixando a maioria dos profissionais doentes.
Segundo informação, do que acontece em sala de aulas, são levados ao conhecimento dos diretores, cortando a liberdade de ensinar determinadas matérias em salas de aulas. O assunto foi discutido num grupo de WhatsApp.
Segundo uma professora, “isso é uma humilhação e uma falta de respeito. A gente tem o nosso conhecimento e tem alunos que ficam nos afrontando e questionando o que está sendo ensinado em sala.

Por conta disso, muitos educadores estão entrando em depressão.
O caso da vigilância dos professores é sério e é preciso encontrar uma solução para trazer a paz e a tranquilidade nas salas de aulas. Não é colocar alunos monitores em salas de aulas para vigiá-los que a educação do Paraná vai melhorar. O que é preciso acabar é falta de comprometimento do órgão público e fazer a sua parte na valorização dos professores e reconhecer os valores de cada profissional e dar a autoridade em sala de aula.

O problema é que as acusações feitas, nem sempre os professores são chamados para se defenderem e o que é pior, o assunto pode se transformar num processo interno que poderá acabar com o acusado ganhando os olhos das ruas sem defesa, se esse tipo de atitude não é autoritário, então toda a sociedade aprendeu de forma errada, é o que relata um dos professores.

A estratégias dos diretores é chamar o aluno monitor e questioná-los sobre as aulas e os tratamentos em salas de aulas. Essas atitudes acontecem longe dos olhos de outras pessoas; foi o que relatou uma das alunas a uma professora. As antes do término da conversa, a aluna pediu segredo pelo que havia contado.
Uma outra professora fez questão de dar a sua opinião e apontou que quem faz esse tipo de coisa não tem coragem e nem empatia. Esse tipo de atitude é um absurdo, colocar alunos para vigiar professores. Parece que os diretores não têm coragem de encarar o corpo docente de frente e discutir aas melhorias e buscar uma solução de um conflito.

Segundo ela, se alguém faz algo que não está de acordo, seria importante a direção deixar o lado covarde de lado e chamar os professores para uma conversa e até fazer uma ata sobre o caso e não agir pelas costas.

Se a Secretária de Educação e do Esporte, tivesse uma política de valorização de seus funcionários, não seria necessário tomar esse tipo de atitude para controlar os professores em salas de aulas.


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