Milene aposta em Marta e Pia na seleção feminina nos Jogos de Paris

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Torneio olímpico acontecerá ano que vem, na capital francesa

Apesar das incertezas que cercam a seleção feminina depois da eliminação precoce na Copa do Mundo, duas coisas não devem mudar: Marta continuará sendo a camisa 10 do Brasil e Pia Sundhage, a treinadora. Isso é o que afirmou Milene Domingues, em entrevista exclusiva ao Apostagolos.com.

Marta ainda útil

A comentarista surpreendeu ao dizer que vê Marta em condição de ainda ajudar a seleção feminina nos Jogos Olímpicos de Paris.

– Acredito que ela estará na seleção na Olimpíada. Vimosi a Marta em campo no primeiro tempo contra a Jamaica. Esperamos que ela pegue a bola em velocidade, que saia driblando todas as marcadoras. Mas essa não é mais a Marta. A Marta está velha, o estilo de jogo dela não é mais o mesmo de quando ela foi eleita a melhor do mundo. E ela tem ciência disso – afirmou.

– Ainda assim, ela faz a diferença, até quando não está com a bola. Puxa a marcação, impõe respeito em campo. E ela é uma jogadora guerreira, tem sangue nos olhos, como dizemos no futebol. Ela dentro de campo ainda faz a diferença sim, mas não podemos colocar o peso todo sobre ela. Na Olimpíada, ainda pode fazer a diferença. 

Pia mantida no cargo

A competição acontecerá daqui a um ano e Marta, caso queira seguir no grupo da seleção, terá de convencer Pia Sundhage de que é capaz. A treinadora, em entrevista coletiva depois do empate com a Jamaica, deu sinais de que o ciclo da seis vezes eleita melhor do mundo havia se encerrado com a Amarelinha. Após o jogo, Marta confirmou que não jogará mais Copas do Mundo, mas deixou aberta a possibilidade de seguir defendendo o Brasil, caso seja convocada.

Entretanto, nem mesmo Pia está garantida na seleção feminina. Dentro da CBF, cogita-se a troca de treinadora, depois do resultado decepcionante na Copa do Mundo. A sueca foi contratada em 2019 para trazer os aspectos tático e mental que faltavam às jogadoras brasileiras para conquistarem o primeiro título mundial, mas em vez disso levou a seleção à pior campanha na competição desde 1995.

– Falta um ano para os Jogos Olímpicos. Não creio que a Pia sairá, mas temos de rever o trabalho. Nenhum brasileiro ficou contente. A Pia deve ser questionada, assim como as jogadoras. Entretanto, trocar a treinadora a um ano da Olimpíada, isso não acontece nem no masculino. Já vimos treinadores fazerem besteiras e seguirem no comando pela proximidade em relação à competição – destacou.

– Mas é preciso rever o trabalho. Houve uma renovação das jogadoras, mas precisa melhorar a equipe em alguns aspectos. Falta uma meia de criação na seleção. Pelo menos, com campeonatos regionais muito bons. as seleções de base, o Brasil vai colher os frutos disso no futuro, tendo mais jogadoras à disposição. Quanto à Pia, ela não sai do comando da seleção, por mais criticada que esteja sendo. Mas ela precisa mudar algumas atitudes. Precisa ter coerência no trabalho que ela quer implementar.

Próximos passos da seleção

Passada a Copa do Mundo Feminina, o Brasil começará um novo ciclo, de olho no próximo Mundial, em 2027. A edição pode ser especial para a seleção, uma vez que pode acontecer em solo brasileiro pela primeira vez. O país é candidato a sediar a competição e concorre com outras três candidaturas: da África do Sul, da dupla Estados Unidos e México e do trio, Holanda, Bélgica e Alemanha. A Fifa anunciará o vencedor em maio de 2024.

Antes, a seleção feminina disputará duas competições oficiais. A primeira, o torneio dos Jogos Olímpicos de Paris, ano que vem. Em 2026, acontecerá a Copa América Feminina, com sede ainda a ser definida. O Brasil é soberano na competição, com oito títulos em nove edições disputadas.


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