Paraná deverá ter 7 diagnósticos de câncer de intestino por dia em 2023

Dr. Christiano Claus, cirurgião geral e do aparelho digestivo.

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Devem ser registrados 45 mil casos de câncer de intestino (cólon e reto), em 2023, em todo o Brasil. Apenas no Paraná são esperados 2.560 casos, ou seja, sete diagnósticos ao dia, segundo a estimativa do Instituto Nacional do Câncer (INCA). O câncer colorretal é o terceiro tipo mais comum, atrás apenas do câncer de pele, de mama (nas mulheres) e de próstata (nos homens).

A doença voltou ao debate após famosos abordarem o tema publicamente, como é o caso da cantora Preta Gil, que iniciou o tratamento nesta semana, e os jogadores Pelé e Roberto Dinamite, que faleceram recentemente em decorrência de um câncer intestinal.

A taxa de incidência de câncer de intestino no Paraná é uma das maiores do país. São diagnosticados cerca de 20,8 casos a cada 100 mil habitantes. A incidência só é menor que Rio de Janeiro (25,35), Santa Catarina (32,4) e São Paulo (33,1).

Segundo o cirurgião do aparelho digestivo e membro do Instituto de Cirurgia Robótica do Paraná, Dr. Christiano Claus, o diagnóstico precoce aumenta as chances de cura. “Apesar de ser mais comum em idades avançadas, o câncer também pode ocorrer em pacientes jovens. Os principais sintomas dos tumores do intestino grosso são: alteração do ritmo intestinal, cólica, emagrecimento e sangramento junto às evacuações. Porém, nas fases iniciais, a doença não provoca nenhum tipo de sinal o que torna a realização do exame de colonoscopia fundamental para o diagnóstico de lesões precursoras ou tumores em fases iniciais” reforça o cirurgião.

Prevenção


O principal exame para investigação de câncer colorretal é a colonoscopia.

“A colonoscopia é um exame indolor, realizado sob sedação, recomendado para todos os pacientes a partir dos 50 anos ou antes se houver algum histórico familiar de câncer de intestino. Ao identificar pólipos, os mesmos são removidos imediatamente na maioria dos casos”, explica a cirurgiã e médica coloproctologista do Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia (CIGHEP) do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), Dra. Mariane Savio.

Os pólipos são pequenas lesões, parecidos com verrugas, que podem surgir na parede interna do órgão e podem evoluir para tumores malignos. Como não causam sintomas, a colonoscopia é o único exame que identifica e remove as lesões para evitar o câncer de intestino. Os pólipos são retirados e encaminhados para um exame de biópsia, que aponta se a lesão era benigna, pré-cancerígena ou cancerígena.

“Os pólipos são o crescimento anormal de células. Em geral, eles são assintomáticos, os mais comuns são benignos, e são detectados e removidos durante o exame. Isso previne o desenvolvimento de câncer colorretal”, afirma a coloproctologista.

Ela ressalta ainda que a prevenção com hábitos de vida mais saudáveis e a realização de exames é fundamental para evitar o aumento de casos. “Uma dieta rica em fibras, frutas e vegetais frescos parece proteger contra doenças, enquanto o consumo de gorduras animais e álcool, obesidade, sedentarismo e tabagismo são fatores de risco para câncer de intestino”, reitera Mariane.

Dra. Mariane Savio. Foto: André Kazé

Tratamento

O tratamento a ser indicado depende sempre do momento do diagnóstico e também das características individuais de cada paciente.

“Quando encontramos apenas o pólipo durante uma realização de colonoscopia, a retirada desta lesão durante o próprio exame é a única medida necessária. Em situações de diagnóstico precoce de um câncer, a cirurgia para remoção do tumor é suficiente para a cura do paciente em 95% a 98% dos casos. Já com o diagnóstico tardio, além da cirurgia, podem ser indicados tratamentos complementares, como a radioterapia e a quimioterapia”, esclarece Christiano Claus.
 

O objetivo do procedimento é remover o segmento do intestino acometido pelo tumor e os “caminhos” pelos quais ele possa ter começado a se disseminar.

CIRURGIAS MINIMAMENTE INVASIVAS – As técnicas de laparoscopia e cirurgia robótica podem ser indicadas e oferecem ao paciente uma recuperação mais rápida, com menos dor e retorno precoce às atividades cotidianas.

Claus explica que a plataforma robótica é ideal para os casos mais complexos.“Pois aumenta a segurança e a precisão da cirurgia. Vantagens desta tecnologia permitem que o cirurgião tenha uma visão ampliada e extrema precisão dos movimentos feitos através do robô, com pequenas incisões. Além disso, é possível avaliar a vascularização do intestino durante a cirurgia”.


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