MAR debate ataques às expressões artísticas no Brasil
O autor e diretor Pedro Kosovski, que teve um espetáculo censurado em 2019, será um dos debatedores (Foto: Elisa Mendes/Divulgação)
As ameaças à liberdade de expressão nas criações artísticas serão tema de um debate a ser realizado nesta sexta-feira, 13/1, no Museu de Arte do Rio (MAR), a partir das 14h. O debate, que tem o nome de “A peça que não pode ser feita”, faz parte da programação da 30ª edição do Festival Panorama, um dos mais importantes festivais de dança, performance e artes corporais do país.
A moderação do debate será feita por Luciano Cerqueira, do grupo Mobile e da Samambaia Filantropias, apoiadora do evento. Farão exposições e debaterão Luiz de Abreu (coreógrafo e pesquisador); Calixto Neto (bailarino e coreógrafo); Pedro Kosovski (autor e diretor) e Samara Castro (advogada, representando a OAB RJ).
A idealização do debate foi feita pelo Festival Panorama com o grupo Mobile (Movimento Brasileiro Integrado pela Liberdade de Expressão Artística), que é uma rede de entidades que atuam na defesa e promoção da liberdade de expressão artística e cultural no Brasil.
O movimento surgiu como uma reação ao quadro de censura e autoritarismo contra o setor cultural brasileiro, situação agudizada durante o governo Bolsonaro. Para o grupo, a repressão cultural afronta os princípios democráticos e o Estado de Direito.
O nome “A peça que não pode ser feita” remete a agosto de 2019, quando o espetáculo “Caranguejo overdrive”, de autoria de Pedro Kosovski, foi proibido de se apresentar no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio. A então direção da instituição culpou os “posicionamentos político-partidários, com citação a nomes de personalidades políticas” do governo e da oposição, acrescentados no texto pelo autor.
Na época, houve grande reação do meio artístico e da sociedade, denunciando a censura, e foi aberta uma investigação por meio do Ministério Público.
Pedro Kosovski vai lembrar dessa história e falar das consequências da censura, durante o debate, que conta com o patrocínio da Prefeitura do Rio, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, com apoios do Consulado da França e do Instituto Goethe.