Mulher teve mandado de prisão preventiva cumprido; investigação apontou que ela cuidava das finanças, coordenava e fiscalizava a venda de pizzas por crianças e adolescentes. Crianças e adolescentes produziam pizzas em situação de escravidão, segundo apolícia
Polícia Civil.

A secretária da igreja de três líderes religiosos que foram presos e indiciados por tráfico de pessoas com a finalidade de trabalho análogo à escravidão, em Maringá, no norte do Paraná, também foi presa.

Segundo a Polícia Civil, a mulher teve mandado de prisão preventiva cumprido, na quinta-feira (12), após a investigação apontar que ela cuidava das finanças da igreja e coordenava e fiscalizava a venda de pizzas por crianças e adolescentes.

A polícia informou que as crianças e adolescentes vendiam as pizzas em nome da igreja para ajudar pacientes em tratamento contra o câncer. Apesar disso, o dinheiro ficava com os líderes religiosos.

O inquérito apontou que onze vítimas foram submetidas a trabalhos forçados, jornada exaustiva e a condições degradantes.

Os três líderes religiosos comandavam a Igreja das Nações da Poderosa Mão de Deus e foram alvo de uma operação da Polícia Civil, no dia 23 de julho. Os alvos foram o apóstolo, a bispa e o filho do casal, que é pastor na igreja.

Família de líderes religiosos é presa em operação contra trabalho infantil em Maringá

A família, segundo o Núcleo de Proteção de Crianças e Adolescentes (Nucria) foram indiciados por tráfico de pessoas com a finalidade de trabalho análogo à escravidão, além de associação criminosa e subtração de incapaz.

As investigações foram encaminhadas para o Ministério Público do Paraná (MP-PR).

Defesa nega os crimes

Os advogados da família de religiosos e da secretária da igreja informaram que a defesa “lamenta profundamente as inverdades expostas e o sensacionalismo que norteia a exposição do caso” e afirmou que vai provar a inocência dos investigados.

Segundo a defesa, nesta fase do processo foram ouvidas somente declarações determinadas pela autoridade policial e “tais declarantes dispuseram situações inverídicas”.

Ainda conforme os advogados, foram dadas declarações inverídicas por “interesse em prejudicar os indiciados em razão de divergências religiosas e/ou pessoais” ou “por discordância da aderência de seus familiares à religião dos acusados”.

Há no inquérito policial, segundo os advogados, oitivas de pessoas que foram apontadas como vítimas por declarantes, mas que desmentiram as acusações.

“Contudo, esses depoimentos não foram divulgados, encontram-se atualmente sob sigilo judicial e não serão abordados midiaticamente pelo corpo jurídico dos demandados”, disse a defesa.

Os advogados disseram estar “muito consternados” com a manutenção da prisão dos indiciados, o que segundo eles desconsidera o princípio da Presunção de Inocência.

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