Descobrimos quem paga a horda de golpistas

Ontem a Polícia Federal amanheceu na porta de uma dezena de bolsonaristas que lideravam um movimento para derrubar ministros do Supremo Tribunal Federal em 7 de setembro. O golpista mais conhecido é o cantor sertanejo e ex-deputado federal Sérgio Reis. Mas quem está por trás do financiamento da sanha golpista? Nós fomos atrás. Seu aliado mais poderoso é Antonio Galvan, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja, a Aprosoja.

Nas últimas semanas, monitoramos grupos de Telegram e WhatsApp e conversamos com pessoas que estão organizando a ação. E topamos com um dos grupos mais ricos do país: produtores rurais como Antonio Galvan. O agro é pop, o agro é tech, o agro é tudo. Agora o agro também é golpe.

Galvan chegou a ser cotado para o Ministério da Agricultura do governo de Jair Bolsonaro e apareceu ao lado de Sérgio Reis em um vídeo em que o cantor falava em fazer uma greve para pressionar o Supremo e o Congresso.

A generosidade dos empresários do agro com o governo federal é recíproca, claro. Se por um lado gente como Galvan financia movimentos golpistas, por outro, se beneficia do caos. Nos últimos dois anos, Bolsonaro mandou mais de R$ 121 milhões para associações, sindicatos rurais e cooperativas ligadas ao agronegócio, segundo levantamento que fizemos no Portal da Transparência. Sem licitação, patrocinou mais de uma dúzia de feiras e eventos do setor, como a Agrotec Show Feira Agrotecnológica de Negócios, no Mato Grosso, e a 51ª Exposição e Feira Agropecuária de Castanhal, no Pará.

A maior parte dos recursos saiu dos Ministérios da Agricultura, Economia e Defesa. Destaque para o Comando do Exército, que sozinho investiu três vezes mais verbas nessas organizações que a Marinha e a Aeronáutica juntas. É o governo militar investindo em grupos que desejam lhe dar o poder absoluto.

 

The Intercept Brasil – Leandro Demori, editor-executivo

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