Por Sebastião Rosa
A direção da APPSINDICATO está veiculando mensagens nas redes sociais em que afirma estar negociando com o governo as faltas ilegais atribuídas aos professores por falhas tecnológicas. Esse é mais um equívoco grosseiro da direção de nosso sindicato. A questão não é essa.
Essas faltas são imorais, ilegais, absurdas. Com certeza serão abonadas. O problema é o massacre do governo Ratinho Júnior contra os profissionais de educação.
Não é possível continuarmos trabalhando neste ritmo. Não é possível aceitar como normal a transposição do tempo de trabalho presencial para o tempo de trabalho remoto, como se as atividades tivessem a mesma natureza.
Não é possível os professores serem obrigados a realizarem os meets para uma parte dos alunos, produzirem material impresso para outros e, ainda, atenderem uma parcela deles pelo classroom, além, é claro, da infinidade de outras tarefas impostas. Em meio a tragédia social em que vivemos, nossa quantidade de trabalho foi multiplicada por três.
Ninguém tem mais tempo de respirar direito! É impossível ensinar qualquer coisa que seja nessas condições. Ficaremos, inevitavelmente, todos doentes se essa barbárie não for contida.
O papel da direção sindical não é colaborar com o governo pra fazer esse massacre funcionar. É papel da direção sindical organizar os trabalhadores para que, coletivamente, defendam suas condições de trabalho e suas vidas. Se os atuais diretores da APP não sabem o que fazer, renunciem a seus cargos!
* Sebastião Rosa é professor na região metropolitana de Curitiba.
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