Mãe realiza sonho de cursar Psicologia após 20 anos fora da sala de aula

Mãe realiza sonho de cursar Psicologia ao lado da filha

Fabiana escolheu se dedicar à maternidade, mas nunca desistiu do sonho de se formar. Atualmente, ela e a filha cursam Psicologia na Uniube

Foi aos 38 anos que Fabiana Miranda da Silva entrou na Universidade para cursar a graduação que sempre sonhou: Psicologia. A conquista foi ainda mais especial já que agora Fabiana divide o sonho e o curso com sua filha, Yasmin Sarah Miranda da Silva. “Há mais de 17 anos eu tenho muita vontade, muito interesse de fazer o curso e eu sempre fiquei esperando o momento certo, porque eu escolhi ser mãe em tempo integral, quis acompanhar o crescimento dos meus filhos”, compartilha.

Quando Yasmin nasceu, Fabiana já tinha 19. Um ano e meio depois, engravidou novamente, agora de um menino, o Diego Anthony Miranda. “Na época em que eu concluí o Ensino Médio, as possibilidades eram outras, não tinha como estudar e eu casei muito cedo, com 17 anos. Então, nessa fase eu escolhi estar ao lado deles até eles crescerem, foi uma escolha minha. À medida que eles foram crescendo, eu tive a vontade de iniciar o curso, inclusive com apoio do meu marido, mas eu não queria deixá-los, queria estar sempre por perto”.

O tempo passou e, com melhores condições, Fabiana visualizava a possibilidade de iniciar o curso. “Chegou em um ponto que os meninos atingiram certa idade e já conseguiam ficar sozinhos para eu estudar, mas eu passei a morar sozinha com eles, já que meu marido precisou mudar para conseguir melhores condições no trabalho. Quando ele voltou, a Yasmin já estava saindo do Ensino Médio e era a hora de ela estudar, por isso pensei: vou esperar mais um tempo, depois entro. Mas nunca deixei de querer fazer”.

Mas o que Fabiana não esperava é que a filha fosse seguir os mesmos passos que ela e escolher Psicologia como profissão. “Quando a Yasmin decidiu fazer Psicologia foi muito difícil pra mim, porque eu tinha muito medo de ela querer fazer o curso porque eu queria fazer, de ela querer realizar um sonho que é meu. E ela ainda falava assim: mãe, vou estudar e pagar pra você fazer. E aí nós começamos a trazer ela para a Feira de Profissões da Uniube nos três anos do Ensino Médio, porque eu queria que ela conhecesse outras possibilidades de profissão, mas não adiantava, ela vinha e o que ela gostava é da Psicologia. Não sei se ela encontrou a Psicologia ou a Psicologia a encontrou, mas esse ano ela forma e vai ter muito sucesso pessoal e profissional”.

Quando Yasmin já estava na metade do curso, Fabiana resolveu ingressar. “Tudo já estava mais favorável: condição financeira e os meninos já estavam grandes. Eu tive a oportunidade de começar a Universidade junto com o Diego, fizemos o vestibular juntos, ele foi para o curso de Ciências Contábeis e eu para a Psicologia. Então, foi uma fase muito marcante para minha vida, como pessoa, como mãe. No final desse ano a Yasmin já forma e o Diego daqui a pouco já está formando também”.

Para Yasmin, ter a mãe como caloura foi um momento muito especial e agora Fabiana conta com o apoio da filha para os estudos. “Minha mãe é mais estudiosa do que eu, mais dedicada. Antes de ela entrar eu já levava alguns assuntos do curso pra casa para ela participar de alguma forma. Eu sabia que era um desejo dela, então, eu queria que ela participasse. No começo, eu mostrava meus trabalhos para ela me ajudar, mesmo antes de ela estar aqui na Universidade. Ela já era meu apoio antes, agora eu retribuo, sendo o apoio dela”, conta Yasmin.

“Antigamente, eu os ajudava a fazer as tarefas, eu levava pra escola. Hoje, ela que me ensina, ela que me ajuda, corrige meus textos. Então, são fases muito boas. Eu tenho vários desafios, voltando após 23 anos para a Universidade, mas a presença dela na minha vida tem sido de grande ajuda”, complementa Fabiana.

Às mamães que têm o sonho de ingressar em uma Universidade, Fabiana deixa o recado: “eu costumo dizer que o sonho nunca morre, mas ele tem que ser alimentado todos os dias, nunca é tarde para começar. Hoje em dia é muito bom você estar com pessoas com idades e realidades diferentes. A gente tem sempre a aprender, se tem uma coisa que é nosso e vi morrer com a gente é o conhecimento que a gente adquire, ninguém tira isso da gente. Acho que acreditar é importante, porque eu passei várias vezes na porta da Uniube e falava: um dia eu vou estar lá dentro. E hoje eu estou aqui com meus filhos. No momento certo todas as coisas acontecem”, finaliza.


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