De alguma forma sempre pensei que deveria homenagear essa rapaziada talentosa, já que além da dedicação aos estudos e ao trabalho, conseguiram, sem recursos pecuniários próprios, fazer de Astorga, naquela época um município com 15 anos de emancipação política, um palco do futebol de salão.


Foi a partir de 1967, no século passado que, hoje respeitáveis senhores, outrora a rapaziada de Astorga, interessou-se por um esporte que lotaria o Ginásio de Esportes do ATC de jovens, adultos e crianças. Meu pai e meus tios eram frequentadores habituais dos jogos e, sentados na arquibancada rústica não perdiam um lance, uma jogada de seus atletas preferidos. Detalhe: entrada franca!


Surgia, naquele momento, BARROSO, time de futebol de salão que fez sucesso na região por vários anos e evidenciou o talento daquele que se tornou o artilheiro do time: Ademir Barroso.
O Ademir era esportista nato e adorava jogar bola; sempre focado no esporte e no próprio desempenho em campo, buscava superar seus próprios desafios, tal era sua intensa paixão pelo futebol.


Cada jogada que o Ademir realizava, cada gol convertido, colocava o ginásio abaixo e, nós molecada, de forma espontânea, fazíamos o papel de torcida organizada.

Time bem integrado, contudo sem nenhum dinheiro, sendo que todos os auxiliares eram voluntários, possuíam uniformes que, graças ao esforço do Toni Barroso, eram angariados entre alguns comerciantes que valorizavam os jovens atletas e gostavam de assistir aos jogos.

A divulgação dos eventos futebolísticos era feita com a tecnologia da época: cartazes confeccionados em cartolina e, para fazer as letras, utilizávamos as páginas de velhas revistas e estas eram estruturadas a partir de normógrafos de papelão, construídos por mim e duas grande amigas, Lucy e Lúcia, nas horas vagas que eram escassas, diga-se de passagem.

Finalizados os cartazes, saíamos da velha casa da minha família no centro, rumo ao comércio local, para afixá-los nas lojas que permitiam.

O cenário para o importante campeonato estava montado!

Expectativa até a realização do campeonato e, que time!

Vencia todos os jogos, para desespero dos adversários.

Era uma fase saudável e a alegria grassava em nossos corações.


O que faltava em dinheiro sobrava em criatividade, energia e amor ao esporte.


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